“Arte degenerada”. Era este o nome que o regime de Hitler dava a todas as obras de arte modernas, futuristas e “não alemãs”. O führer queria que estas peças – quadros, livros, esculturas – desaparecessem. E as tropas nazis ocuparam-se a pilhar as casas de judeus colecionadores de arte. Os tesouros de arte roubados pelo Terceiro Reich tem valores incalculáveis e muitos deles permanecem ainda perdidos. Em 2012, porém, o mundo ficou chocado com a descoberta de 1.400 obras de arte num modesto apartamento de Munique.

Uma pintura de Ernst Ludwig Kirchner, de 1905

A coleção estava escondida na casa de Cornelius Gurlitt, o filho de Hildebrand Gurlitt, um colecionador de arte que fazia alguns trabalhos para o regime. Os especialistas acreditam que muitas das pinturas, dos desenhos e das esculturas foram roubadas a judeus ou compradas por valores irrisórios porque os donos originais queriam fugir do país. Entre as peças encontradas estavam quadros de Claude Monet, Pablo Picasso e Auguste Rodin.

“Waterloo Bridge”, de Claude Monet, de 1903

Esta semana, mais de 400 peças encontradas em casa de Cornelius Gurlitt vão ser expostas ao público pela primeira vez: no Bundeskunsthalle in Bonn, na Alemanha, e no Kunstmuseum Bern, na Suíça. As exposições vão ser acompanhadas de imagens históricas e material de arquivo.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A CNN conta que investigadores subsidiados pelo governo alemão têm trabalhado ao longo de vários anos com o objetivo de encontrar a origem do pequeno tesouro encontrado em Munique; mas esta tem-se revelado uma missão quase impossível, já que a maioria das peças foi vendida sem qualquer documentação, imposto ou licença. A equipa responsável espera que as exposições ajudem nesta tarefa e que algumas pessoas reconheçam quadros ou esculturas que tenham sido roubados.

Uma pintura de Franz Marc

Antes da descoberta, a maioria destas obras de arte era dada como perdida ou destruída – enquanto que outras eram totalmente desconhecidas do mundo artístico. Toda a coleção foi apreendida mas, meses depois, as peças que não se suspeitava serem roubadas foram devolvidas a Cornelius Gurlitt. Um mês depois, Gurlitt morreu; e deixou tudo ao Kunstmuseum Bern.

Ali mesmo, em Berna, a exposição vai chamar-se “Degenerate Art, Confiscated and Sold”.