A diretora regional da Cultura do Centro, Celeste Amaro, estimou esta segunda-feira que a Casa do Passal, que pertenceu ao cônsul Aristides de Sousa Mendes, possa abrir portas ao público em 2019, depois de uma requalificação interior.

“Esperemos que possivelmente em 2018 se consiga fazer esta obra: 2018, meados de 2019. Esperemos que em 2019, estejamos todos na Casa do passal a inaugurá-la e a abri-la ao público definitivamente, pois há cerca de 50 anos que ela está encerrada ao público”, sustentou.

Durante a sessão de apresentação dos resultados do concurso público de conceção para a elaboração do projeto de requalificação e musealização da Casa do Passal, Celeste Amaro explicou que para esta segunda fase das obras, está disponível um montante de 800 mil euros, proveniente de fundos comunitários.

A Direção Regional do Centro, ao contrário da primeira vez, em que foi dona da obra, desta vez não tem a sua chamada contrapartida nacional, que são os tais 15%, e o senhor presidente da Câmara decidiu que a autarquia estava disponível para que essa obra fosse entregue”, informou.

O concurso público, que teve um júri constituído maioritariamente por arquitetos, contou com seis projetos, tento um deles sido excluído por não contemplar todos os requisitos.

Dos cinco projetos em apreciação saiu vendedor o projeto de requalificação e musealização da Casa do Passal elaborado pelo gabinete de arquitetos do Porto ´Rosmaninho & Azevedo Arquitetos’.

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De acordo com o porta-voz do júri, o arquiteto Carlos Santos, a escolha deste projeto foi uma decisão unânime.

Os trabalhos apresentados não excederam as expectativas que o júri tinha. Cumprem de uma forma genérica o programa, no entanto, as nossas expectativas eram um pouco mais ambiciosas”, referiu.

No seu entender, este projeto terá de ser completado depois com o projeto expositivo, que não ficou muito claro nesta fase, porque não há um espólio totalmente identificado.

“Valorizou-se a capacidade espacial que a proposta apresenta, para poder ser flexível e poder receber o espólio. É uma proposta com potencialidades para dar cumprimento ao programa e espírito que se pretendia”, justificou.

Durante a cerimónia, o presidente da Câmara de Carregal do Sal, Rogério Abrantes, congratulou-se com mais um passo dado no sentido da total recuperação da Casa do Passal.

“Penso que está dado o segundo passo, o primeiro foi a conclusão da primeira fase da obra, e a partir daqui, com a apresentação do projeto vencedor, estamos aptos para que se avance para a conclusão do projeto e a candidatura para a execução da obra”, apontou.

A ocasião serviu ainda para lamentar que, “num ato de tão grande importância para o concelho” de Carregal do Sal, o salão nobre contasse com menos de duas dezenas de pessoas.

Devia ter um pouco mais de gente”, concluiu.

A Casa do Passal, em Cabanas de Viriato, no concelho de Carregal do Sal, foi alvo de uma primeira intervenção em 2014, ao nível das paredes exteriores e da cobertura. Na intervenção agora prevista será dado o arranque definitivo para a obra final de requalificação e musealização.

A Casa do Passal foi declarada Monumento Nacional em 2011. Por lá passaram e foram acolhidos muitos refugiados que fugiam dos nazis durante a II Guerra Mundial.