O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, afirmou esta segunda-feira que está preocupado com o surto de infeção com a bactéria legionella no hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, que já provocou dois mortos.

Marta Soares referiu que os bombeiros, para além de transportarem milhares de pessoas por dia para os hospitais e centros de saúde, também passam muitas horas no interior dos hospitais.

“Não tenho conhecimento de nenhum bombeiro que tenha sido infetado, mas é uma situação preocupante e vamos estar atentos ao evoluir desta situação. Transportamos milhares por dia, temos todos os cuidados, mas os bombeiros também passam muitas horas no interior dos hospitais”, declarou à agência Lusa.

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses deixou em aberto a possibilidade de discutir o assunto com a Direção-Geral de Saúde, apesar de salientar que é importante, nesta altura, “não causar alarme”.

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O Ministério Público anunciou esta segunda-feira, em resposta à Lusa, que está a investigar o surto garantindo que vai averiguar “qualquer indício de crime”.

“O Ministério Público encontra-se a recolher elementos, sendo que não deixará de investigar qualquer indício de crime de que tenha conhecimento”, refere a resposta, por escrito, enviada à agência Lusa.

O surto de infeção com a bactéria legionella no hospital São Francisco Xavier provocou dois mortos, um homem de 77 anos e uma mulher de 70 anos, anunciou hoje a Direção-Geral da Saúde.

Em conferência de imprensa, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, adiantou que a mulher estava internada na unidade de cuidados intensivos do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e o homem nos cuidados intensivos de uma unidade de saúde privada.

O balanço das pessoas infetadas com a bactéria legionella subiu esta segunda-feira para 29, encontrando-se 26 internados, três dos quais nos cuidados intensivos do Hospital São Francisco Xavier, onde foi detetada a infeção.

Graça Freitas disse que o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge está a realizar análises, que vão demorar tempo a produzir resultados para detetar a origem do surto, admitindo a responsável que poderá estar nas torres de refrigeração ou no sistema de águas do hospital.

O ministro da Saúde deu duas semanas à Direção-Geral de Saúde e ao Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge para que “habilitem o governo com um relatório detalhado, que seja do conhecimento público”, para apurar a forma como as coisas correram.