Lewis Hamilton é o mais recente implicado no caso dos Paradise Papers, uma investigação do consórcio internacional de jornalistas conhecido pelas revelações dos Panama Papers — e que já expôs Donald Trump, Bono e a Rainha de Inglaterra.

Em 2013, o piloto britânico, campeão mundial de Fórmula 1, comprou um avião de luxo, um Bombardier Challenger 605 vermelho, com cortinados Armani, novo a estrear, por 27 milhões de dólares (cerca de 23 milhões de euros) — e, de acordo com o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), terá recorrido a uma sociedade de advogados especializada em offshores para recuperar o valor do IVA: 5,2 milhões de dólares, cerca de 3,7 milhões na conversão para euros.

Juntamente com a firma de contabilidade com base em Londres Ernst & Young, a Appleby — a tal sociedade de advogados expert em offshores e com sede numa delas, as Bermudas — terá “criado um esquema”, revela o Expresso, que faz parte do ICIJ, para contornar a cobrança do imposto de valor acrescentado devido pela transação. Uma das condições: o novo jato do tetracampeão britânico teria de fazer durante o voo inaugural uma paragem na Ilha de Man, dependência da Coroa britânica no mar da Irlanda, até janeiro deste ano na lista portuguesa de paraísos fiscais.

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“Isto vai envolver uma curta paragem normalmente inferior a duas horas”, terá explicado, diz o Expresso, a Appleby no documento que enviou a Lewis Hamilton, a dar-lhe conta de toda a estratégia de evasão fiscal. No plano do voo inaugural, que o automobilista enviou para a sociedade de advogados, poderá ler-se que a Ilha de Man fazia parte do itinerário, programado para ele e para a então namorada, Nicole Scherzinger, das Pussycat Dolls. Não existe porém confirmação de que a viagem, marcada para janeiro de 2013, se tenha efetivamente realizado.

Apesar das notícias que garantem que para conseguir a isenção do IVA o avião do piloto da Mercedes ficou em nome de uma empresa sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, que o alugou depois a outra empresa da Ilha de Man, que por sua vez fez o mesmo a uma terceira empresa, detida por Lewis Hamilton, os advogados de Lewis Hamilton garantem que não foi cometida qualquer ilegalidade.

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