Theresa May tem até ao final do dia desta terça-feira, 7 de novembro, para tornar públicos os documentos confidenciais que o governo britânico preparou sobre o impacto que terá para as empresas a saída da União Europeia (o Brexit). O ultimato foi feito à primeira-ministra pelo líder da Câmara dos Comuns, John Bercow.

Na noite de segunda-feira, Bercow instou o governo de May a publicar os 58 documentos secretos que foram elaborados e que simulam o impacto que terá o Brexit para setores económicos tão vastos como o turismo, a indústria farmacêutica, entre outros. Sabe-se que os relatórios antecipam o que seria o impacto do Brexit em 88% da economia britânica, mas as conclusões têm sido mantidas em segredo.

Os trabalhistas pressionaram o governo conservador a publicar os documentos e o tema foi a votação no parlamento na quarta-feira, e passou, com abstenção dos conservadores — que tiveram disciplina de voto. O que não ficou claro é o momento em que o governo tem de publicar os estudos, mas o ministro do Brexit, David Davis, pediu na segunda-feira mais tempo.

Bercow pediu que o relatório seja publicado “prontamente”. Se o governo decidir não acatar rapidamente o pedido parlamentar, “então, a minha expectativa é que os ministros expliquem à câmara dos comuns antes de amanhã à noite porque é que não o fizeram e quando é que planeiam fazê-lo.

David Davis tem, contudo, ganhar tempo. Para o ministro do Brexit, o que existe não é um estudo abrangente sobre o impacto na economia, nos 58 setores. O que foi feito pelos funcionários foi uma “compilação ampla de análises quantitativas e qualitativas, a partir de documentos elaborados em diferentes momentos desde o referendo”.

“Tendo isso em conta, vai levar algum tempo para que o meu departamento — e outros departamentos, dado que este trabalho utiliza informações de várias áreas do governo — consiga compilar a informação de uma forma que seja acessível e informativa”, afirmou David Davis.

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