O CDS-PP defendeu esta quarta-feira que as indemnizações devem alargar-se dos familiares das vítimas mortais aos sobreviventes com lesões não fatais, e desafiou o Governo a clarificar a resolução do Conselho de Ministros nessa matéria. “A fonte de responsabilidade é a mesma. A existência de responsabilidade do Estado tanto se aplica as pessoas que morreram e aos seus familiares, como às pessoas que ficaram feridas”, declarou o deputado e dirigente do CDS Telmo Correia.

O CDS vai questionar o Governo sobre uma eventual clarificação da resolução do Conselho de Ministros, que “está muito desenhada para as indemnizações aos familiares das vítimas mortais”, e avançará com uma iniciativa legislativa nesse sentido caso o executivo não o faça. “Se até ao final do Orçamento do Estado o Governo não tiver respondido, o CDS avança com uma iniciativa”, disse Telmo Correia, em conferência de imprensa no parlamento, acompanhado pelo deputado e dirigente centrista João Almeida.

Esta é uma proposta que resulta do levantamento feito pelos centristas no terreno, junto das populações, sublinhou Telmo Correia. A necessidade de reforço do apoio psicológico é igualmente defendida pelo deputado centrista, que considerou que numa situação generalizada de ‘stress’ pós-traumático tem existido algum apoio, mas não é suficiente.

“Existem muitas situações a quem o apoio psicológico ainda não chegou”, notou.

O Governo aprovou em Conselho de Ministros Extraordinário, a 21 de outubro, um mecanismo extrajudicial para, de forma mais célere, atribuir indemnizações aos familiares e herdeiros das vítimas dos incêndios de junho e de outubro. Segundo afirmou na altura a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, o Governo vai assumir a responsabilidade de indemnização aos familiares das 64 vítimas mortais de Pedrógão Grande, em junho, e das 44 vítimas na região Centro, no passado dia 15 de outubro.

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