Estou bem aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não estou

Como a ida (e permanência) de Neymar no PSG continua a ser uma novela, nada como citar o “Estou Além” de António Variações para manter o ritmo desta música e tentar explicar o estado de alma do jogador brasileiro. Que, pelo que se escreve em França e em Espanha, podia ser bem melhor do que na verdade aparenta ser.

Este novo capítulo começou a ser escrito com uma manchete “bombástica” do prestigiado L’Équipe (sobretudo quando o calendário dos clubes está parado), que garantia haver uma tensão cada vez maior entre o avançado e o seu atual treinador, Unai Emery. “Suporta-o cada vez menos e manifesta isso cada vez mais”, diz.

Esse esfriar de relação terá começado no polémico lance do penálti que disputou com o companheiro Cavani, na receção ao Lyon, e que não terá sido resolvido da melhor forma pelo técnico – terão sido os “pesos pesados” do balneário (Thiago Silva ou Dani Alves, entre outros) a colocar algum gelo no tema. É por isso que, segundo o L’Équipe, o dianteiro se tornou mais expressivo nos treinos, protestando de forma mais visível durante os jogos nas sessões diárias e deixando claro através de gestos e olhares quando não gosta de algo.

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Apesar disso, o jornal assegura que Neymar continua “feliz” por ter assinado pelo PSG. Algo que em Espanha não é encarado da mesma forma, como terá ficado expresso na visita surpresa do brasileiro (e do filho, Davi Lucca) à Ciutat Esportiva do Barcelona, onde teve a possibilidade de privar com os ex-companheiros nos blaugrana.

De acordo com o Sport, que recorda todo o contexto da saída complicada do avançado para o PSG – além das críticas ao presidente Bartomeu, ainda existe aquele processo pendente onde Neymar e o pai pedem 26 milhões de euros aos catalães… –, houve uma frase solta que disse muito mais do que possa aparentar: “Aceitariam-me de volta?”.

O sorriso irónico acabou por amenizar o impacto da pergunta, mas os presentes tiveram a partir daí a certeza de que algo não estará bem no PSG, por muito que o avançado nunca o possa admitir até para evitar sinais de fraqueza pela decisão que tomou há três meses e por estar perante possíveis adversários na Liga dos Campeões.

Como escreve o diário catalão, o problema de Neymar não está relacionado com dinheiro (dificilmente poderia estar depois de se ter tornado o jogador mais bem pago do mundo, acrescente-se) mas sim com algo que não há fortuna que compre: o peso futebolístico, a grandeza e o que representa jogar num clube como o Barcelona.

Para ajudar à intriga, e provavelmente lançar os próximos capítulos desta novela, Sergio Ramos, capitão do Real Madrid, falou abertamente do tema Neymar numa entrevista ao programa “El Larguero” da Cadena Ser. E escancarou a porta ao brasileiro: “Gosto de jogar com os melhores e é evidente que Neymar é um dos melhores. É mais fácil que venha passando pelo PSG do que diretamente do Barcelona. São decisões muito pessoais, o futebol dá muitas voltas, mas marca a diferença. Abro-lhe a porta se quiser vir em dezembro”, atirou.

Ia chamar-se Mateus, quase morreu aos quatro meses, foi pai aos 19 anos: bem-vindo ao mundo de Neymar