O Presidente norte-americano, Donald Trump, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, acordaram hoje em derrotar o Estado Islâmico e destacaram que não há “nenhuma solução militar” para a guerra da Síria, adiantou o Kremlin. No comunicado, pode ler-se que Trump e Putin confirmaram a sua “determinação em derrotar o Estado Islâmico”, de acordo com o ‘site’ do Kremlin, que cita uma declaração conjunta entre os dois chefes de Estado.

Os governantes assinaram uma declaração na qual expressaram a “sua satisfação e esforços para evitar incidentes perigosos entre militares russos e norte-americanos, que permitiram aumentar as baixas no Estado Islâmico nos campos de batalha nos últimos meses”.

Vladimir Putin e Donald Trump salientaram que “estes esforços vão continuar até à derrota definitiva do Estado Islâmico”.

De acordo com Moscovo, a declaração foi aprovada à margem Fórum de Cooperação Económica da Ásia-Pacífico (APEC), que decorre no Vietname. Do lado de Washington, não chegou ainda nenhuma confirmação oficial sobre esta reunião.

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Certo é que os dois chefes de Estado já se cruzaram na cimeira asiática, tendo posado na sexta-feira para uma fotografia de família lado a lado e trocado algumas palavras na ocasião. Os seus ministros dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov e Rex Tillerson, também se reuniram nesse mesmo dia, de acordo com informação dada por uma fonte russa à agência de notícias de Moscovo, Interfax.

Conflito na Síria “sem solução militar”

O comunicado russo garante ainda que os dois “presidentes concordam que o conflito na Síria não tem solução militar”. A frase é particularmente relevante tendo em conta a posição dos dois países no conflito que se arrasta há seis anos e que tem oposto o Governo de Bashar Al-Assad, apoiado pelo Irão e pela Rússia, e vários grupos rebeldes, que vão desde o Exército de Libertação da Síria até ao próprio Estado Islâmico, passando pelos curdos.

Os EUA têm apoiado alguns destes grupos ao longo do conflito, como os rebeldes curdos, mas combatido outros, nomeadamente o Estado Islâmicos. Uma coligação internacional tem empurrado o grupo terrorista para fora de alguns dos seus bastiões, como Raqqa, na Síria.

Donald Trump sempre se opôs a qualquer envolvimento militar por parte dos Estados Unidos na Síria. Contudo, em abril deste ano, o Presidente norte-americano ordenou um ataque a uma base aérea no país, em resposta a um ataque com armas químicas que terá sido perpetrado pelo Exército de Assad, que Trump classificou como “bárbaro”. Vladimir Safronkov, representante russo nas Nações Unidas, respondeu à ação norte-americana dizendo que “a responsabilidade de qualquer ação militar que ocorra deverá pesar nos ombros dos que iniciaram este empreendimento tão duvidoso e trágico”.