O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ofereceu-se para ser mediador nas disputas territoriais no Mar do Sul da China, num encontro com o Presidente do Vietname.

Trump disse a Tran Dai Quang que tinha conhecimento da disputa do Vietname com a China sobre as águas estratégicas, e sublinhou ser “um muito bom mediador e muito bom árbitro”, disposto a ajudar.

O Presidente norte-americano falava com o homólogo vietnamita no início dos seus encontros em Hanoi. Trump disse que a Coreia do Norte “continua a ser um problema” e espera que o Presidente chinês Xi Jinping seja “uma tremenda ajuda”, bem como a Rússia.

O Governo chinês reivindica a quase totalidade do Mar do Sul da China, incluindo zonas perto das costas do Vietname, Filipinas, Malásia, Brunei, Tailândia, Camboja, Birmânia, Laos, Indonésia e Singapura.

Nos últimos anos, Pequim reforçou a presença neste mar estratégico através da construção de ilhas artificiais que podem ser usadas como bases militares, apesar de o tribunal internacional de Haia ter considerado as reivindicações marítimas chinesas ilegítimas.

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Trump e Quang falaram brevemente aos jornalistas após a chegada do chefe de Estado norte-americano ao palácio presidencial em Hanoi, com Trump a prometer “uma tremenda quantidade de comércio” com o Vietname, envolvendo “milhares de milhões” de dólares.

Filipinas avisam: “É melhor não tocarmos no Mar do Sul da China”

Durante o périplo pela Ásia, o Presidente norte-americano e a sua equipa têm utilizado o termo “Indo-Pacífico” em vez de “Ásia-Pacífico”, num sinal que, como aponta a agência Reuters, pode ser entendido como um esforço “para descrever a região como mais o que uma área dominada pela China”.

Contudo, ainda antes de chegar às Filipinas — o último ponto desta viagem pela Ásia –, o Presidente Rodrigo Duterte tentou colocar água na fervura na tensão entre EUA e China. “Temos de ser amigos. As pessoas de cabeça quente gostariam que confrontássemos a China e o resto do mundo em muitas matérias”, declarou Duterte, fazendo no entanto um aviso: “É melhor não tocarmos no Mar do Sul da China, ninguém se pode dar ao luxo de ir para a guerra.”

As Filipinas não só disputam uma pequena área de influência no Mar do Sul com a China, como são uma antiga colónia norte-americana, onde ainda há sentimentos conflituosos face aos EUA. O seu polémico Presidente, Rodrigo Duterte, tem adotado uma postura ambígua, fazendo críticas pontuais aos norte-americanos, mas nunca pondo em causa as alianças militares com os Estados Unidos na região. Este domingo, a cimeira nas Filipinas abordará também a questão do Mar do Sul, mas os líderes políticos dizem que irão tentar acalmar os ânimos.

Em agosto passado, os ministros dos Negócios Estrangeiros da região encetaram negociações sobre um código de conduta para o Mar do Sul. O código anterior em vigor, criado em 2002, nunca foi respeitado pela China e pelos outros países que disputam áreas na região.