LaVar, LiAngelo, Lonzo, LaMelo. No bom ou no mau, o “L World” destaca-se cada vez mais na NBA e a família Ball promete mudar alguns paradigmas da modalidade a vários níveis.

Já ouviu falar da Big Baller Brand? Vamos recuar um pouco: no ano passado, LaVar lançou uma marca que, à sua escala mais pequena, pretendia funcionar como uma Nike ou uma Adidas. Mas houve um gatilho para a ideia – as propostas de patrocínio que foram chegando para Lonzo, que era apontado ao top-3 do draft, não convenceram e fizeram com que o pai arrancasse com a empresa. Em maio, saíram os ténis ZO2 inspirados no filho mais velho, comercializados ao preço de 495 dólares; em breve, estarão disponíveis os MB1, do filho mais novo, LaMelo.

Lonzo, LaMelo, LiAngelo e LaVar: a família Ball (Joshua Blanchard/Getty Images for Crosswalk Productions )

Aos 50 anos, LaVar Ball, antigo jogador de basquetebol que jogou também futebol americano mas nunca chegou às principais ligas de ambos os desportos, começou a dar nas vistas no ano passado pelas polémicas opiniões, nomeadamente quando disse que, no 1×1, seria capaz de derrotar Michael Jordan. Por causa dos filhos, sobretudo Lonzo, foi ganhando um protagonismo crescente que o levou a ser apelidado de génio do marketing a idiota. Foi também acusado de racismo e de sexismo, o que em nada contribuiu para a sua popularidade.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Entrámos naquela espiral entre o “já não consigo mais ouvi-lo” e o “quero ouvir cada vez mais sobre ele”, como contava uma longa reportagem da ESPN em maio. E muitos dizem que LaVar cultivou isso mesmo, como forma de dar outro palco à sua marca e à grande surpresa que estava reservada para o final do Verão: o lançamento do reality show “Ball in the family”, no Facebook, onde várias equipas de câmaras acompanharam a vida pessoal e profissional do novo clã da moda no desporto americano.

https://www.youtube.com/watch?v=LAQwhpnN9YY

Aos 20 anos, Lonzo, o filho mais velho de LaVar, foi o homem do dia na NBA, depois de se ter tornado o mais novo de sempre a conseguir um triplo-duplo (19 pontos, 13 assistências e 12 ressaltos) na derrota dos Los Angeles Lakers em Milwaukee frente aos Bucks (98-90). E numa visão paralela ao jogo, a CBS Sports fala de uma legião de fãs que, devidamente trajados com roupa da Big Baller Brand, se deslocou ao pavilhão não por ser fã do conjunto da Califórnia mas sim por seguir de forma atenta o jovem jogador.

Esse registo não me interessa. A única coisa que queria esta noite era ganhar. Estivemos perto mas não conseguimos”, referiu Lonzo Ball após bater o recorde que era de LeBron James.

Nascido em Anaheim, na Califórnia, Lonzo começou a praticar basquetebol logo aos dois anos por influência dos pais (a mãe, Tinal, também jogou no secundário) e desde pequeno que se foi “moldando” para ser a next big thing de LA: após ter brilhado no ensino secundário com médias prometedoras (em 2015/16 acabou com 25.4 pontos, 12.9 assistências e 11.5 ressaltos), escreveu uma carta de intenções com o objetivo de ingressar na UCLA, tendo em vista outro objetivo maior: chegar aos Lakers. “Sou um rapaz de família, quero ficar por cá”, comentou depois de se ter tornado elegível para o draft de 2017, onde admitia não ser o número 1 para assinar pelos Lakers.

Acabou por ser a segunda opção, atrás de Markelle Fultz (rumou aos Philadelphia Sixers), mas tem vindo a crescer com o tempo depois de um início de época que chegou a desiludir. Magic Johnson, a antiga glória dos Lakers que assumiu agora a direção da equipa, diz que quando vê Lonzo se recorda de si próprio e de Jason Kidd. E também o antigo campeão James Worthy comentou que não via um talento assim desde Magic, capaz de melhorar o jogo de todos os que estão à sua volta. O problema mesmo é o lançamento. E a própria técnica do mesmo.

Lonzo parece agora começar a lançar-se, após um arranque titubeante. LaVar já se tinha lançado antes, no jogo das palavras. LaMelo vai lançar-se a breve prazo. E ainda há LiAngelo, que foi lançado para as notícias… ao ser apanhado a roubar um par de óculos da Louis Vuitton numa digressão à China com a UCLA. No bom ou no mau, há sempre um Ball ao barulho. E parece que a história ainda agora começou.