As autoridades dinamarquesas estão a investigar acusações de assédio sexual, degradação e bullying no estúdio Zentropa, co-fundado pelo realizador Lars Von Trier. A investigação surge no seguimento de uma reportagem do principal jornal dinamarquês, o Politiken, em que nove mulheres denunciavam uma “cultura de abuso enraizada” no estúdio. Peter Aalbæk Jensen, co-fundador e antigo CEO do estúdio, está a ser acusado de tocar inapropriadamente em várias mulheres, de lhes pedir para se deitarem no seu colo e “levarem palmadas”. As nove vítimas citadas são antigas colaboradoras do Zentropa.

Algumas acusações vão mais longe e dizem que, enquanto estagiárias, tinham de apertar os mamilos com ganchos e, num pedido ainda mais bizarro, vacinar os porcos de estimação de Peter Aalbæk Jensen. As nove mulheres afirmam que o grande palco do antigo CEO era a festa de Natal da empresa, onde distribuía prémios a quem se despia mais rápido ou a quem tinha os pêlos púbicos mais compridos.

O The Guardian conta que uma investigação paralela, do jornal Dagbladet Information, acusa Aalbæk Jensen de propor dois tipos de castigos às estagiárias que não faziam o que ele queria: mais palmadas ou limpar os estábulos da quinta que o co-fundador da Zentropa possui.

Apesar de ter deixado de ser CEO do estúdio em 2016, Peter Aalbæk Jensen ainda detém 25% da Zentropa. Em entrevista à rádio dinamarquesa Danish Radio 24/7, o gestor afirmou que muitas das alegações são “rituais” da empresa mas negou uma cultura de assédio, já que não tem “qualquer interesse em submissão e degradação. Mas”, acrescentou, “tenho interesse em testar limites, especialmente em saber onde está a linha vermelha”.

Existiram múltiplas ocasiões em que fui longe demais. E concordo com isso. Mas a questão aqui é se somos um líder adorado ou não. E eu sou um líder adorado”, afirmou Aalbæk Jensen.

A Zentropa foi criada em 1992 por Peter Aalbæk Jensen e Lars Von Trier e é a maior produtora cinematográfica da Escandinávia. É responsável por todos os filmes de Lars Von Trier, incluindo “Melancolia” e “Ninfomaníaca”.

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