A adesão à greve dos professores, que se realiza esta quarta-feira, ronda os 90%, de acordo com os dados recolhidos pela Federação Nacional dos Professores no primeiro tempo da manhã.

“É natural que venha ainda a subir”, disse à agência Lusa o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, no início da concentração de docentes frente à Assembleia da República, no dia em que é discutido o Orçamento de Estado referente à educação para 2018.

Para Mário Nogueira, trata-se de uma “greve histórica de professores” com os estabelecimentos do pré-escolar e primeiro ciclo praticamente fechados em todo o país, mas também escolas do segundo e terceiro ciclo e secundário.

“Para uma greve de professores fechar escolas, tem de ter uma adesão extraordinária”, afirmou o dirigente sindical.

Segundo Mário Nogueira, a adesão dos professores ao protesto convocado por vários sindicatos faz com que as estruturas sindicais se apresentem agora “mais fortes” nas negociações com o Governo.

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Em frente à Assembleia da República foi colocada uma faixa de grandes dimensões com a inscrição “não ao apagão” e “os professores merecem respeito”, numa alusão ao tempo de carreira que os professores reclamam que seja contabilizado quando for desbloqueado o congelamento das carreiras a partir de janeiro.

Nas escadarias do parlamento, foram colocados ‘placards’ com informação das escolas encerradas em adesão à greve um pouco por todo o país.

Nas grades que impendem o acesso à Assembleia da República erguem-se bandeiras dos vários sindicatos que aderem ao protesto, juntamente com cravos vermelhos.

Os professores realizam esta quarta-feira uma greve geral e uma concentração em frente ao parlamento, enquanto é debatida a proposta do Orçamento do Estado na especialidade com medidas polémicas como a não contagem do tempo de serviço.

A proposta de OE2018 prevê que não seja contabilizado o trabalho realizado entre 31 de agosto de 2005 e 31 de dezembro de 2007, nem entre janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2018.

Os docentes representam 1/6 dos trabalhadores da Função Pública e 1/7 da massa salarial e, segundo o Governo, a contagem desse tempo de serviço iria pôr em causa a sustentabilidade dos próximos Orçamentos de Estado, uma vez que tal teria um custo total de cerca de 600 milhões.