O Governo anunciou esta terça-feira que registou “avanços no sentido de um potencial acordo negocial”, depois de reuniões com a Federação Nacional dos Professores (FENPROF) e a Federação Nacional da Educação (FNE), na véspera da greve de quarta-feira.

“No seguimento das reuniões realizadas hoje entre a secretária de Estado da Administração e Emprego Público, a secretária de Estado Adjunta e da Educação, a Federação Nacional dos Professores (FENPROF) e a Federação Nacional da Educação (FNE), o Governo regista avanços no sentido de um potencial acordo negocial”, refere em comunicado.

O Governo acrescenta que “foram exploradas possibilidades” que vão agora ser analisadas, com as reuniões entre as partes a serem retomadas na quinta-feira.

Na véspera de uma greve geral de professores, marcada pelas principais organizações sindicais, Fenprof e FNE foram duas das estruturas chamadas ao Ministério da Educação para discutir o descongelamento de carreiras.

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O secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, apelou hoje para uma “greve histórica” de professores na quarta-feira, após uma reunião de quase quatro horas com o Governo.

Segundo Mário Nogueira, o Governo não transigiu na questão que para os professores é fundamental, a contagem do tempo de serviço, que os professores exigem e o Governo não quer ceder.

A progressão na carreira dos professores está interrompida há uma década e, segundo a leitura feita pelos vários sindicatos, a proposta de Orçamento do Estado para 2018 (OE2018) prevê que não seja contabilizado o trabalho realizado entre 31 de agosto de 2005 e 31 de dezembro de 2007 nem entre janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2018.

O secretário geral da Federação Nacional da Educação (FNE), João Dias da Silva, disse hoje que os professores devem dar uma “resposta forte” na greve de quarta-feira.

“Não evoluímos muito na reunião de hoje e ficou agendada uma nova reunião para a próxima quinta-feira. A principal novidade foi alguma abertura do Ministério da Educação para descongelar sete anos, mas para nós tem que ser os nove anos e meio”, disse à agência Lusa João Dias da Silva.

Segundo o sindicalista, que reuniu hoje à noite com a secretária de Estado Adjunta e da Educação e a secretária de Estado da Administração e Emprego Público, o Governo não quer incluir os anos entre 2005 e 2007.

“Os professores devem ser recolocados onde merecem, depois do congelamento na progressão das carreiras. É um processo que tem que ser faseado, mas que vamos ver como, porque não se pode eternizar e tem que incluir todos os anos”, defendeu.

O secretário-geral da FNE salientou que os professores devem dar “uma resposta forte” ao Governo na greve de quarta-feira.