O pequeno construtor californiano de veículos eléctricos, que ainda não resolveu os problemas criados pelo lançamento do Model 3, o primeiro veículo de grande produção e com o preço mais acessível da sua gama, já está pronto para se atirar de cabeça para outro desafio, não menos difícil. Esta quinta-feira, vai apresentar ao público o seu mais recente veículo e o maior que alguma vez construiu: um camião de grande capacidade de carga movido a electricidade.

Elon Musk, o CEO da Tesla, nunca faz a coisa por menos, pelo que, além de agendar a revelação para as 20h00 (que corresponde às 4h da próxima madrugada em Portugal), promete desde já que o veículo pesado vai espantar toda a gente. E, como se isto não bastasse, adianta ainda que será o veículo pesado com os menores custos de utilização, o que conseguiu garantir desde logo a atenção de todas as empresas de transportes.

A poucas horas da apresentação ao público, há muito dados que já se conhecem sobre o modelo, mas há muitos outros sobre os quais Musk ainda não levantou a ponta do véu. Entre os elementos já conhecidos, sabe-se que se trata de um camião – na realidade um veículo articulado, formado por um tractor e um semi-atrelado, com um mínimo de três eixos (no tractor), todos eles motrizes e com pelo menos dois motores eléctricos por eixo. Só assim será prático reunir um total entre 2.000 e 3.000 cv. Sabe-se igualmente que será um veículo pesado de grande tonelagem, com Elon Musk a afirmar que, num “concurso” de tracção contra os camiões diesel de igual capacidade de transporte, o Tesla conseguirá vencer e puxar o seu concorrente a gasóleo, mesmo se for a subir. Colocando de lado um certo tom de propaganda, sempre normal em vésperas de lançar um novo veículo, é bem possível que o “semi” (de “semi truck“) eléctrico tenha algumas cartas na manga.

Mas o que ainda não se sabe sobre o camião da Tesla é tão ou mais importante. Primeiro, qual será a autonomia com carga máxima, sendo que para ser interessante no mercado americano terá de ser capaz de percorrer entre 800 e 950 km por dia, se tiver apenas um condutor. Alguns analistas prevêem que o “semi” eléctrico seja capaz de percorrer 720 km entre recargas, mas também existem os que antecipam qualquer coisa entre 320 e 480 km, o que limitaria o Tesla a operações nos arredores dos grandes centros urbanos e pouco mais. Porém, a autonomia do “semi” depende exclusivamente da massa de baterias a bordo, pelo que o raciocínio é este: se três toneladas de bateria não chegam, instalem-se quatro. É claro que este aumento de massa de bateria acarreta um proporcional aumento de custos, sendo que as baterias para percorrer 500 km deverão custar cerca de 180 mil euros, segundo os investigadores da Universidade de Carnegie Mellon. Mais novidades chegam em breve.

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