De acordo com dados da JATO Dynamics, o mercado de pickup representou, no mercado europeu, 80.300 veículos vendidos no primeiro semestre de 2017, com um terço a ser reclamado pelo Reino Unido. Segue-se a Alemanha, com mais de 10 mil vendas, e a França, com precisamente 9.450 unidades.

Estes números, se minúsculos quando comparados com a realidade norte-americana – a Automotive News fala em cerca de 1,3 milhões de unidades no mesmo período – representam, no entanto, um crescimento de 19% face ao período homólogo do ano anterior.

Estarão as pickup destinadas a ser a moda que se segue, depois do fenómeno SUV? A resposta a esta questão só o tempo trará, mas o que é certo é que este se tornou um filão apetecível para os mais diferentes construtores. E, com a entrada em cena de novas propostas, o ânimo parece estar definitivamente instalado num segmento que, se antes era associado ao trabalho, agora parece ser sinónimo de lazer.

Esta nova dinâmica é indissociável do surgimento de novos produtos que vieram de onde menos se esperava. A Renault, com a Alaskan, a Fiat, com a Fullback, e Mercedes-Benz, com a Classe X, começam a dar as cartas, mas espera-se que a PSA venha a ter também uma palavra a dizer dentro nuns anos neste segmento, que deverá atingir um volume de vendas de 200 mil unidades em 2018. Ou seja, o dobro do registado em 2012.

Esta projecção explica-se não só pelo lançamento contínuo de novos produtos numa fatia do mercado que, até aqui, era dominada pela oferta nipónica, mas também pelo facto de o consumidor estar a mudar de perspectiva. Até aqui encaradas como uma “ferramenta” de trabalho, as pickup – sobretudo, as de médio porte – começaram a conquistar o seu espaço quando uma regulação mais restritiva, do ponto de vista ambiental, passou a obrigar que os veículos que tradicionalmente rebocavam carga passassem a ter transmissões mais eficientes, como CVT e dupla embraiagem, bem como motores com menor cilindrada. Como isso nem sempre é condicente com o reboque de cargas mais pesadas, os clientes começam a ver com outros olhos as pickup. Mas mesmo com outros olhos – só assim se justifica a entrada da Mercedes nesta ‘guerra’ e a já esperada ida à luta da BMW… Só assim se percebe que, na Europa, mais de metade das vendas no segmento sejam reclamadas pelos modelos mais bem equipados e luxuosos, como a Ford Ranger Wildtrak.

Mais importante que o actual ponto da situação é a elevada “fé” que os construtores parecem depositar no potencial crescimento das vendas de pickup, a nível mundial. Ao anunciar uma pickup, o grupo francês PSA apontou para um mercado de 2,5 milhões por ano apenas no segmento médio (1 tonelada). Mas a Mercedes espera que a esse número se some mais 1 milhão na próxima década.

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