Investigadores da Universidade de Edimburgo descobriram 419 contas falsas operadas desde São Petersburgo que tentaram influenciar a política do Reino Unido relativamente ao Brexit. As contas em questão têm origem na IRA, a Agência de Pesquisa da Internet, também conhecida como os Trolls de Olgino, os mesmos que interferiram nas eleições americanas de 2016, ganhas por Donald Trump.

As contas identificadas pela Universidade fazem parte das mais de 2700 contas suspensas pelo Twitter nos EUA. Uma delas, com o nome de utilizador Lone Star Ranger, espalhou mensagens anti-islâmicas na sequência do ataque terrorista na ponte de Westminster, nomeadamente num tweet em que dizia que uma mulher islâmica tinha ignorado vítimas do ataque enquanto passava por elas.

Fonte: Twitter

O tweet foi divulgado por diversos meios de comunicação social britânicos, tais como o Daily Mail e o The Sun. A conta já foi, entretanto, suspensa.

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A crença dos responsáveis britânicos é de que a agência russa está a tentar desestabilizar e dividir a sociedade e influenciar o pensamento político. A primeira-ministra britânica, Theresa May, deu um discurso na segunda-feira em que disse que saber o que os russos “andam a fazer”, acusando o país de “fazer da informação uma arma”, criando histórias falsas para criar discórdia.

Também a Espanha terá sido alvo de hackers russos. Mariano Rajoy disse na terça-feira que milhares de “bots” espalharam desinformação e ‘fake news’ durante o mês do referendo independentista da Catalunha. Segundo o primeiro-ministro espanhol, metade dessas contas têm origem na Rússia e 30% na Venezuela. O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, considerou que as alegações espanholas são “histeria”.

A descoberta da Universidade de Edimburgo surge no seguimento da investigação dos EUA aos Trolls de Olgino. É sabido que centenas de hackers são pagos para encher fóruns e redes sociais utilizadas no ocidente de desinformação e mensagens de ódio.