Pelo menos 15 pessoas, incluindo oito polícias e o atacante, morreram esta quarta-feira e outras 18 ficaram feridas num atentado suicida à entrada de um hotel no noroeste de Cabul, reivindicado pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico (EI). “O atacante quis entrar mas, após ser identificado pela polícia que vigiava a entrada, detonou os seus explosivos na rua principal frente ao hotel”, assegurou o porta-voz da polícia de Cabul, Basir Mujahid, citado pela agência noticiosa Efe.

Pelo menos oito polícias destacados no hotel foram mortos, para além de seis civis e o atacante, enquanto 11 civis e sete polícias ficaram feridos, precisou.

Um primeiro balanço apontava para nove vítimas mortais. Segundo Mujahid, o ataque ocorreu frente ao hotel Kabul-e-Naween pouco após as 13:00 locais (08:30 em Lisboa).

O chefe do Governo afegão, Abdulah Abdulah, condenou em comunicado o “cobarde atentado terrorista” e destacou que “os inimigos do Afeganistão não podem, com este tipo de atos terroristas, evitar que o povo tenha liberdade social e outros valores democráticos”.

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O grupo Estado Islâmico (EI) reivindicou a autoria do ataque através de um comunicado difundido pela agência Amaq, com ligações aos ‘jihadistas’.

No momento do ataque decorria no interior do hotel onde o atacante tentou entrar um ato político em apoio a Atta Muhammad Noor, governador da província de Balkh (norte) e ex-senhor da guerra. No entanto, em declarações à agência noticiosa France-Presse (AFP), um dos seus assistentes referiu que o governador não estava presente na reunião.

“Nós estávamos a deixar a sala, depois do almoço, quando ocorreu uma enorme explosão, partindo vidros e criando o caos e o pânico”, declarou um dos participantes, Harin Mutaref.

“Todas as janelas do prédio ficaram partidas pela explosão e um carro estacionado nas proximidades também ficou em chamas, de acordo com um fotógrafo da AFP. A zona foi rapidamente isolada por agentes de segurança. Noor é um alto membro do partido Jamiat-e-Islami e um opositor do Presidente afegão, Ashraf Ghani, e do seu Governo, e já insinuou que poderá concorrer à Presidência afegã em 2019.

Recentemente, Noor pediu o regresso ao Afeganistão do vice-presidente afegão Abdul Rashid Dostum, que fugiu para a Turquia em maio, após ser acusado de violação e tortura em 2016 contra um rival. Em 2017 a capital afegã foi alvo de graves ataques perpetrados por diversos grupos insurgentes.