A Liga Guineense dos Direitos Humanos condenou esta quinta-feira a “intervenção excessivamente violenta” das forças de segurança contra manifestantes que participavam numa marcha organizada pelo coletivo dos partidos democráticos contra o Presidente da Guiné-Bissau.

“Esta intervenção desajustada e excessivamente violenta das forças de segurança que resultou na detenção de 14 indivíduos, sendo quatro deles posteriormente conduzidos ao hospital devido aos ferimentos sofridos, e mais de uma dezena de feridos até ao momento contabilizados, constitui uma violação flagrante dos direitos fundamentais dos cidadãos”, sublinha, em comunicado, a Liga guineense.

Segundo a organização, a atuação das forças de segurança “representa uma séria ameaça à democracia e à liberdade de manifestação consignadas na Constituição da República e nas demais leis em vigor no país, em especial a Lei da Liberdade de Reunião e Manifestações”.

Considerando que atuação de hoje se “enquadra numa estratégia política de limitar o exercício dos direitos e liberdades fundamentais”, a Liga exige a “libertação imediata e incondicional de todos os detidos” e pede ao Ministério do Interior para se abster da “prática de atos suscetíveis de agravar ainda mais o frágil ambiente político vigente”.

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No comunicado, a Liga alerta aos efetivos das forças de segurança que podem ser alvo de “responsabilidades criminais decorrentes do cumprimento de ordens ilegais” e pede ao Ministério Público para abrir um “inquérito transparente e conclusivo”.

A Liga apela também a “todos os atores políticos, sobretudo aos protagonistas da presente crise, maior contenção e moderação, evitando declarações públicas capazes de pôr em causa a paz e tranquilidade” no país.

Um grupo de partidos políticos guineenses realizou esta quinta-feira um protesto em Bissau que acabou disperso pelas forças de segurança, quando tentaram chegar à Praça dos Heróis Nacionais, onde está localizado o Palácio da Presidência.