A mobilização contra a “política liberal” do Presidente francês foi esta quinta-feira, quarta jornada do protesto, reduzida, com apenas alguns milhares de manifestantes a marcharem em várias cidades de França contestando as reformas que o Governo pretende efetuar.

Tradicional barómetro da mobilização, a manifestação realizada em Paris reuniu 8 mil participantes, segundo a polícia, ou seja, menos de metade que a anterior jornada de protesto, a 21 de setembro.

Por seu lado, o sindicato CGT contabilizou 40 mil participantes no protesto da capital.

No total, estão previstas cerca de 170 manifestações em todo o país, nesta quarta jornada de protesto dos opositores às reformas do chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, desde que estas foram anunciadas.

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A primeira mobilização reuniu, em toda a França, a 12 de setembro, entre 500 mil (segundo os sindicatos) e 223 mil pessoas (segundo a polícia), mas o movimento diluiu-se claramente em seguida e não impediu a aplicação em curso da reforma das leis laborais, principal alvo dos protestos.

Esta reforma visa, de acordo com o Governo, tornar a legislação do trabalho mais flexível, com o objetivo de combater o desemprego em França, que é superior à média europeia.

Segundo os críticos da reforma, ela representa um recuo nos direitos laborais.

O fracasso da oposição em bloquear o caminho a esta pequena revolução trouxe conforto a Macron na sua agenda reformista, que ele pretende rapidamente concretizar.

Estão, assim, em preparação as muito delicadas reformas do subsídio de desemprego e das aposentações.

“Queremos fazer soar o alarme sobre casos futuros, como o subsídio de desemprego e, no próximo ano, a pensão de reforma”, explicou o secretário-geral do sindicato FO, na manifestação de hoje em Marselha, no sul do país.

Este sindicato, um dos mais importantes de França, marcha pela primeira vez ao lado da CGT, organização mais contestatária, criando nos opositores a expectativa de que esta nova unidade consiga deter a “política liberal que visa aumentar as ilegalidades em benefício de uma minoria”.

Tanto mais que hoje se juntam aos protestos organizações de estudantes do ensino secundário e universitário que querem denunciar e condenar “a seleção” à entrada do ensino superior, causada — defendem — por um projeto de reforma que será apresentado na próxima semana pelo Governo.