Um coletivo de 15 partidos que contesta o Presidente guineense, José Mário Vaz, manifesta-se esta quinta-feira em Bissau, numa iniciativa que, dizem, visa “resgatar a democracia” na Guiné-Bissau.

A concentração da manifestação, que os organizadores pretendem repetir na sexta-feira, está prevista para a Chapa de Bissau, uma rotunda situada a cerca de três quilómetros do centro da cidade, e a intenção dos manifestantes é dirigirem-se para o largo da praça dos Heróis Nacionais, vulgarmente conhecida como o Império.

O porta-voz do coletivo de partidos, Nuno Nabian, anunciou quarta-feira que a iniciativa está devidamente confirmada pelo ministro do Interior, Botche Candé, apesar de um dia antes o comissário-geral da Polícia de Ordem Pública, Celso de Carvalho, ter informado aos organizadores que as manifestações não tinham sido autorizadas.

Na terça-feira, os promotores da manifestação divulgaram em conferência de imprensa uma carta na qual apresentam ao chefe de Estado soluções para acabar com a crise política que afeta o país.

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No documento, os 15 partidos exigem a José Mário Vaz que demita o Governo do primeiro-ministro Umaro Sissoco Embaló por ser “ilegítimo, inconstitucional e ilegal”.

Para os subscritores do documento de nove páginas, o Governo de Sissoco Embaló, por não ter mandato e legitimidade, não pode continuar a governar o país e “muito menos” organizar as próximas eleições legislativas previstas para 2018.

O grupo, que se assume como coletivo de partidos políticos democráticos, quer que José Mário Vaz nomeie o dirigente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Augusto Olivais, primeiro-ministro, como, dizem, prevê o Acordo de Conacri.

Com a aplicação daquele instrumento patrocinado pela comunidade oeste africana, o coletivo acredita que a crise política terminará na Guiné-Bissau e a normalidade institucional irá regressar até à realização das eleições.

Nuno Nabian, candidato derrotado na segunda volta das últimas eleições presidenciais e atual líder da Assembleia do Povo Unido, Partido Social Democrata avisou que nenhum militante ou dirigente do coletivo será molestado “por quem quer que seja” durante as manifestações, que disse serem pacíficas.