A Casa da Música vai dedicar 2018 à Áustria, país que já tinha sido tema em 2010, programando as integrais das sinfonias de Anton Bruckner e dos concertos para violino de Mozart, anunciou esta sexta-feira a instituição.

De acordo com a programação apresentada, o compositor em residência do próximo ano vai ser o austríaco Georg Friederich Haas, “um dos artistas europeus mais conceituados da atualidade”, que verá a sua obra ser alvo de uma retrospetiva no Porto a partir de janeiro.

Por seu lado, os artistas em associação vão ser o cravista alemão Andreas Staier e o violinista austríaco Benjamin Schmid, enquanto Gonçalo Gato se torna no jovem compositor em residência.

Em declarações à agência Lusa, o diretor artístico da Casa da Música, António Jorge Pacheco, sublinhou que o facto de se voltar à Áustria como país-tema – o que acontece pela primeira na história da instituição – prende-se com um “programa quase inesgotável” dos compositores daquele país.

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“O ‘ano Áustria’ é um verdadeiro festim para os quatro agrupamentos residentes, com repertório genial, interminável”, afirmou António Jorge Pacheco, que destacou como um dos grandes concertos de 2018 o que vai ter lugar no dia 24 de fevereiro, quando a Orquestra Sinfónica do Porto, com o Coro Casa da Música, interpretar “Gurre-Lieder”, de Arnold Schoenberg, peça raras vezes tocada, e em estreia no Porto.

A abertura oficial do ano dedicado à Áustria dá-se no dia 12 de janeiro, com a Orquestra Sinfónica do Porto, conduzida por Michael Sanderling, a interpretar a Sinfonia n.º 7, de Bruckner.

O ciclo de abertura do ano decorre até 21 de janeiro e inclui ainda o “Te Deum”, de Bruckner, no dia 19 desse mês, e a obra “In Vain”, de Haas, pelo Remix Ensemble, no dia seguinte, em relação à qual o New York Times escreveu, em 2011, ser uma peça com “ondas de sons lindos e opulentamente estranhos, que parecem o resultado de forças sobrenaturais”.

No domínio dos ciclos temáticos habituais da Casa da Música, que se mantêm para 2018, o Invicta Música Filmes tem lugar de 17 a 20 de fevereiro, com destaque para a composição de Wolfgang Mitterer para “O Gabinete do Dr. Caligari”, estreada esta semana pelo Remix Ensemble no Luxemburgo, e para “Há Lodo no Cais”, de Elia Kazan, com banda sonora composta por Leonard Bernstein, que faria 100 anos em 2018.

No âmbito do ciclo de piano Fundação EDP, vão marcar presença na Casa da Música João Casimiro Almeida, Richard Goode, Grigory Sokolov (“tem lugar cativo na Casa da Música”, afirmou o diretor artístico), Christian Zacarias, Ingolf Wunder, Artur Pizarro, Yekwon Sunwoo e Lukas Vondracek. A temporada conta ainda com o regresso de Alfred Brendel à Casa da Música para uma “palestra-recital”.

A programação para o próximo ano na Casa da Música inclui ainda o ciclo de jazz, que vai programar nomes como Terence Blanchard e Joshua Redman, além de reunir a Orquestra Jazz de Matosinhos a artistas como Manel Cruz e Peter Evans.