A empresária angolana Isabel dos Santos voltou à vida empresarial, um dia depois de deixar a petrolífera Sonangol, e apresentou, esta sexta-feira, em Luanda, a nova marca nacional de cerveja, a “Luandina”, recordando que em 20 anos já criou 40 mil empregos. A nova marca tinha sido anunciada no final de 2016 como uma nova aposta da produção nacional, com lançamento previsto no mercado angolano até final do primeiro semestre deste ano. Só hoje, contudo, a investidora angolana inaugurou oficialmente a nova fábrica e retomou o plano de lançamento da nova cerveja.

A empresária, que cessou funções na quinta-feira como presidente do conselho de administração da Sonangol, marcou presença na inauguração da fábrica do grupo que detém em conjunto com o marido, nos arredores da capital angolana, e apresentou esta sexta-feira a nova cerveja “Luandina”.

Esta nova cerveja já tinha sido anunciada no final de 2016, quando a Sociedade de Distribuição de Bebidas de Angola (SODIBA) apresentou um projeto de investimento, maioritariamente angolano, de 150 milhões de dólares (141 milhões de euros). A fábrica, como foi anunciado nessa altura, iria produzir a portuguesa Sagres a partir deste ano e a nova marca angolana que foi apresentada esta sexta-feira.

À margem do evento, Isabel dos Santos voltou a defender o seu trabalho em Angola. “Durante os últimos 20 anos da minha carreira, eu tenho trabalhado bastante, tenho empreendido bastante, tenho criado vários empreendimentos, várias empresas e acredito que até hoje tenho criado mais de 40 mil empregos. Todos os anos, através das atividades que faço, eu crio em média mil empregos por ano, no mínimo”, recordou.

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Recorde-se que Isabel dos Santos foi exonerada esta semana da presidência da Sonangol, onde estava há cerca de ano de meio.

Agora é oficial. Isabel dos Santos exonerada da Sonangol pelo Presidente da República de Angola

A empresária e filha do anterior presidente angolano, José Eduardo dos Santos, alega que encontrou a petrolífera angolana numa situação deficitária quando entrou há cerca de 15 meses, e que a deixou agora numa condição mais favorável. A própria, em sua defesa, argumenta que deixa aos seus sucessores uma linha de financiamento de dois mil milhões de dólares (1.700 milhões de euros), que permitirá à empresa chegar ao fim do ano sem dívidas aos parceiros. Este financiamento, com assinatura prevista para os próximos dias, é descrito como “um instrumento essencial para a gestão” da maior petrolífera pela ex-presidente da empresa que, segundo Isabel dos Santos, estava em pré-falência quando assumiu o cargo em 2016.

O legado de Isabel dos Santos na Sonangol, segundo a própria