O Ministério da Cultura vai rever a tabela de preços aplicada nos eventos realizados em monumentos. Depois de o jantar à margem da Web Summit na nave central do Panteão Nacional ter provocado polémica — com o próprio primeiro-ministro a considerar o evento “indigno” da simbologia daquele espaço –, o ministro Luís Filipe Castro Mendes anunciou, em entrevista ao semanário Expresso, que vai excluir os panteões da lista de monumentos disponíveis para aluguer.

O jantar exclusivo da Web Summit foi no Panteão Nacional

Na semana em que se soube que desde 2002 já houve dez jantares realizados no Panteão Nacional — e que três desses jantares aconteceram já este ano –, o ministro vem dizer que o preço cobrado por um evento neste espaço é “um absurdo” e deixa a garantia que as tabelas vão ser alteradas. “A tabela de alugueres existente é muito baixa e vamos subi-la”, diz Castro Mendes ao Expresso.

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O governante deixa ainda a garantia de que haverá edifícios excluídos da lista de monumentos em que se podem organizar eventos lúdicos:

Vamos já determinar que os três panteões nacionais [ainda os Jerónimos e o Mosteiro da Batalha] sejam vedados a utilizações festivas, qualquer serviço de refeições ou de catering, não excluindo, no entanto, um ato cultural ou uma homenagem a uma grande figura nacional”, diz o ministro.

O “ministro” a quem Paddy se referiu no Panteão será João Vasconcelos, que já não está no Governo

Estes eventos representam um encaixe de cerca de meio milhão de euros para um ministério com um orçamento de 22,4 milhões previstos para o próximo ano. “Meio milhão de euros no orçamento da Cultura é relevante”, diz Castro Mendes, que confessa não sentir incómodo com a realização de eventos em monumentos nacionais: “O aluguer de espaços de património feito, evidentemente, com racionalidade, com bom senso e em termos normais, com boa vigilância e o devido cuidado, não me choca.”