A Igreja Católica instou no sábado os venezuelanos a serem solidários em tempos de crise e denunciou que há pessoas a morrer à fome e por falta de medicamentos na Venezuela. “Nesta época difícil, quando há gente a morrer por falta de medicamentos, devemos ser solidários. Há gente a morrer de fome, na Venezuela (…) É insólito que haja gente a comer do lixo”, disse o arcebispo de Caracas.

O cardeal Jorge Urosa Savino falava no Estado de Zúlia (no oeste do país), no sábado, durante uma eucaristia em honra da Virgem de Chiquinquirá (também conhecida como La Chinita), por ocasião dos 308 anos da sua aparição e dos 75 anos da coroação canónica.

O apelo da Igreja Católica teve lugar no mesmo dia em que a nutricionista Susana Raffalli, da Cáritas Venezuela, denunciou que sete crianças morreram por desnutrição no Estado venezuelano de Bolívar, a sudeste de Caracas.

A nutricionista salientou que estas crianças morreram num estado que está rodeado de minas de ouro.

Além disso afirmou que há duas crianças no bairro Guaiparo daquele Estado, que “ainda resistem” à desnutrição. “Ángel, Edgarlis, Keiner, Orangelis, Santiago, Joelvis, Auri, meninos e meninas de Bolívar que morreram por desnutrição. Gilbert e Cláudia ainda resistem. Quem deveria evitar que isto passasse?”, escreveu a nutricionista na sua conta do Twitter.

Segundo a imprensa venezuelana, desde janeiro, 42 crianças morreram por desnutrição no Hospital Doctor Raúl Leoni, do Estado Bolívar, por não terem recebido tratamento atempadamente.

Na sexta-feira, o músico venezuelano Adrían Guacarán, 44 anos, morreu depois de passar um dia à espera de um medicamento que não foi possível conseguir em Caracas. Segundo a mulher, Sheila de Guacarán, o músico que era conhecido como “o menino que cantou para o papa” João Paulo II, em 1985, durante a sua visita à Venezuela, morreu no Hospital Domingo Luciani de Caracas, depois de pedir ajuda para conseguir medicamentos para tratar uma insuficiência renal.

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