No dia em que foi anunciada a nova administração da Portugal Telecom, o fundador da Altice escreve uma longa mensagem aos trabalhadores da operadora portuguesa onde procura passar uma mensagem de tranquilidade, perante as “perturbações bolsistas nas ações” do grupo, que nas últimas semanas perderam cerca de metade do seu valor em bolsa.

Neste mail escrito traduzido para português, Patrick Drahi revela que o novo presidente executivo da empresa, Alexandre Fonseca vai detalhar, “nas próximas horas” a estratégia e os objetivos. E apela aos trabalhadores da PT para que não se afastem “do nosso objetivo quotidiano e comum: servir os clientes”, que devem ser a primeira das prioridades. O maior acionista da Altice reconhece a queda da cotação em bolsa, mas garante que a empresa beneficia de “uma clara estabilidade financeira”, avançando que a dívida está garantida a 85% com taxa fixa — protegida do risco da subida dos juros — e que só terá de fazer o primeiro pagamento relevante em 2022. Argumentos que o grupo já tinha usado ainda esta semana para convencer os investidores e analistas internacionais, mas não com total sucesso até agora.

Altice perguntou aos analistas o que fazer. “Soou a desespero”, conta investidor

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Então porque continuam a descer as ações da Altice, que esta terça-feira perderem mais quase 3%? Drahi aponta o dedo à irracionalidade dos mercados, mas garante que a empresa está preparada para aguentar a turbulência.

“Estamos preparados, perfeitamente aptos e, mais do que nunca, determinados a enfrentar este período irracional dos mercados”.

O presidente da Altice sustenta que a empresa é dona de todos os ativos relevantes — as redes, as infraestruturas, os serviços e os conteúdos que “são de uma qualidade excecional”. Sem referir os planos avançados do grupo para vender as torres de telecomunicações na Europa. E pede aos colaboradores em Portugal que se mantenham focados no trabalho do dia a dia.

Patrick Drahi explica ainda as alterações na administração da Portugal Telecom, acrescentando que o Alexandre (Alexandre Fonseca) “tem toda a nossa confiança e tem uma grande experiência em telecomunicações, em inovação e em tecnologia”. Reafirmando a absoluta prioridade na oferta de serviço aos clientes.

Faz ainda uma referência ainda a Claudia Goya, que “se juntou a nós no último verão e que soube gerir com sucesso a empresa durante os últimos meses”, sem explicar porque foi nomeada para a presidência sem funções executivas.

Drahi faz um balanço positivo da presença da Altice em Portugal, mas deixa também a nota de que o grupo pode ir mais longe, sem referir no entanto a aquisição da Media Capital, que aguarda a luz verde do regulador da concorrência.

Na despedida, onde inclui o acionista português da Altice, Armando Pereira, garante que” Portugal ocupa num lugar central nas nossas histórias pessoais, nas nossas vidas pessoais e no futuro deste nosso grupo”. E diz que podem contar “com o Armando, com o Alexandre, com a Cláudia, com a administração da Portugal Telecom e comigo para vos acompanhar na prossecução do trabalho indispensável que todos os dias vocês dedicam à PT e a Portugal.: