As empresas europeias exigem a definição de “enquadramento previsível” para que possam trabalhar, planear e crescer durante a saída do Reino Unido da União Europeia (‘Brexit’), segundo um relatório do Conselho das Câmaras Britânicas de Comércio na Europa (COBCOE).

As empresas europeias reconhecem que têm de trabalhar ao longo do processo do ‘Brexit’; mas precisam, com urgência, de um enquadramento previsível para que possam continuar a operar, planear, crescer e competir durante esse período de mudança e para além dele”, refere o relatório da COBCOE, que será divulgado esta terça-feira, em Lisboa, num debate promovido pela Câmara de Comércio Luso-Britânica.

Os líderes empresariais consideram que há uma “falta de envolvimento” por parte da Comissão Europeia e dos governos europeus e pedem que as partes envolvidas na negociação “iniciem as conversações sobre assuntos económicos o mais rapidamente possível”.

Qualquer mandato do Conselho [Europeu] deve reconhecer a importância central de garantir o crescimento económico, o emprego e as condições de vida e a prosperidade europeia no pós-‘Brexit’, procurando acordar um enquadramento futuro que defina as relações económicas entre a União Europeia e o Reino Unido”, defendem.

Para as empresas, “não deve ser adiado por mais tempo” um acordo sobre o período de transição, para que “possam ter o máximo de tempo e informação possíveis para planear e implementar [planos de] contingência de forma eficaz e para que possam evitar ajustamentos com custos elevados”.

“Sobretudo, as empresas europeias pedem que o pragmatismo prevaleça”, lê-se no relatório da COBCOE, que demonstra ainda a “frustração pela falta de progresso até ao momento” das entidades, que “temem que o posicionamento político possa levar a uma saída do Reino Unido da União Europeia sem um acordo”.

O Reino Unido deve deixar a UE a 29 de março de 2019, ou seja, dois anos após o início do processo de divórcio liderado pelo governo conservador de Theresa May. A saída britânica da UE foi ditada por um referendo realizado em junho de 2016.

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