A exposição “Attero”, do artista português Bordalo II, em Lisboa, vai ficar patente mais uma semana, podendo agora ser visitada até 3 de dezembro, disse esta terça-feira à Lusa a curadora da mostra.

Inicialmente, “Attero”, que foi inaugurada a 4 de novembro, ficaria patente até ao próximo domingo, dia 26 de novembro. No entanto, de acordo com a curadora Lara Seixo Rodrigues, “devido à enorme afluência e ao grande volume de pedidos de visitas de escolas e outras instituições situadas não só na área metropolitana de Lisboa, mas de todo o país, a exposição estará patente até ao próximo dia 3 de dezembro”.

Logo no primeiro fim de semana, a exposição foi visitada por mais de 3.200 pessoas, chegando a haver filas de espera de duas horas. De 4 de novembro até ao passado domingo, passaram pelo n.º49 da rua de Xabregas “mais de 13 mil visitantes”.

“Attero” é uma exposição retrospetiva, composta por trabalhos novos que são uma extensão das obras que Bordalo II tem criado em vários locais do mundo, na rua, com lixo.

Bordalo II – o primeiro era o avô, artista plástico Real Bordalo, que morreu em junho, aos 91 anos – começou pelo ‘graffiti’, que o preparou para o trabalho pelo qual se tornou conhecido: esculturas feitas com recurso a lixo e desperdícios.

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Os trabalhos com recurso a desperdícios começaram como uma experiência. Inicialmente, recordou o artista em declarações à Lusa, gostou do efeito criado pela junção de embalagens, mas, mais do que isso, percebeu “o potencial que podia ter a utilização do lixo, não só a nível estético, mas a nível conceptual”.

No âmbito da exposição criou três peças na rua, que fazem parte da série “Big Trash Animals” (algo como Grandes Animais de Lixo): uma raposa na avenida 24 de Julho, um sapo na rua da Manutenção e um macaco no pátio do armazém onde está patente “Attero”.

Os trabalhos expostos em “Attero” são feitos “com materiais totalmente diferentes daqueles que são utilizados na rua, porque podem ter um grau de detalhe muito diferente”.

No entanto, “há sempre uma relação, não só de escala mas do tipo de material utilizado”. “As peças que faço para dentro são quase como um complemento das peças que eu faço cá fora, por isso há uma relação entre uma coisa e outra”, explicou.

A mostra inclui várias atividades paralelas, como visitas guiadas e oficinas, já com lotação esgotada, e a apresentação de um livro sobre o trabalho do artista.

A primeira edição de “Bordalo II 2011-2017” esgotou, mas será disponibilizada uma nova edição na sexta-feira. O livro está à venda em exclusivo na mostra.

A exposição, de entrada livre, está patente no n.º49 da Rua de Xabregas e pode ser visitada de quarta-feira a domingo entre as 14:00 e as 20:00.