O Presidente da República desvaloriza os alertas feitos por Comissão Europeia de que Portugal está em risco de não cumprir os compromissos do pacto de estabilidade com o Orçamento do Estado para 2018. Questionado sobre se os avisos de Bruxelas podiam ter consequências, Marcelo Rebelo de Sousa responde primeiro: “Não, nenhuma consequência”, mas acrescenta logo a seguir: “Sobretudo se houver o bom senso, como tem havido nos últimos anos, de estar atento ao que é fundamental.”

E o que é fundamental? A explicação já tinha sido dada pelo Presidente que falava aos jornalistas à margem do Fórum Exportador que se realizou esta quarta-feira em Lisboa. Na sua intervenção no fórum de promoção das exportações, o Presidente da República voltou a apelar à “sensatez orçamental” que considera “fundamental” para o controlo do défice, da dívida pública, para além de ser essencial para as exportações, para o crescimento e para o emprego.

Marcelo deixou sobretudo um apelo para a sensatez na concertação social, numa altura em que volta a discutir a atualização do salário mínimo, “não trocando o ideal mirífico e o instante por aquilo que é verdadeiramente consistente, estrutural e duradouro”. Ainda que faça parte do jogo democrático a existência de interesses e sentimentos diversos, lembra que faz também parte da democracia a “sensatez de não deitar fora o essencial do caminho percorrido em termos de equilíbrio financeiro e o essencial da concertação social no domínio das condições para o investimento e para as exportações.

Foi depois destas palavras que Marcelo reagiu, já à margem do fórum, às conclusões da Comissão Europeia sobre a proposta orçamental portuguesa.

Comissão Europeia pede medidas ao Governo porque Orçamento está em risco de incumprimento

“A Comissão Europeia elencou uma série de avisos em relação a sete economias — algumas das mais poderosas da Europa (para além de Portugal) — para chamar a atenção para a necessidade de um controlo orçamental”. Mas destaca, o comissário Moscovici (que tem os assuntos económicos) acrescentou que Portugal está no bom caminho. Para Marcelo, Bruxelas está a fazer o que é costume, mas como Portugal já está no bom caminho, só é preciso continuar, “porque é o único caminho que serve os portugueses”. Preocupado? O Presidente diz-se antes determinado.

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