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Jorge Jesus pede que se doseie melhor o sal às refeições. Mas as prestações europeias (sobretudo na Liga dos Campeões) do Sporting desde que Jesus chegou a Alvalade podem ser adjetivadas como… “insossas” – isto para não dizer que foram más, francamente más, e indigestas.

Na primeira, em 2015/16, o Sporting foi eliminado ainda no playoff pelo CSKA, tendo o agora “leão” Seydou Doumbia (três golos em dois jogos) sido a “besta negra”. Contas feitas, vitória (2-1) em Alvalade e derrota (3-1) em Moscovo. Na Liga Europa, para onde foi relegado, acabaria eliminado pelo Leverkusen logo após a primeira fase – em que terminou o seu grupo em segundo, atrás do Lokomotiv e à frente de Besiktas e Skenderbeu.

Na época seguinte, e apurado que estava diretamente sem ter que disputar nenhum playoff, o Sporting acabou atrás do Real Madrid e do Dortmund no grupo. Surpresa? Nenhuma. Mais surpreende foi ter concluído a sua participação na Champions em último… atrás do “todo-poderoso” (só que não!) Legia, nem se apurando para o menor dos males, a Liga Europa.

Esta temporada, e depois da vitória desta noite contra o Olympiacos em Alvalade, à Liga Europa o Sporting sabe de antemão que vai. Mais: as exibições contra o Barcelona e a Juventus, sobretudo essas, deixaram uma imagem de qualidade que antes não se havia visto no Sporting “europeu” de Jesus. E agora? Agora é esperar que a Juventus perca ou empate com o Olympiacos na Grécia, na derradeira jornada da Liga dos Campeões. E… vencer o Barcelona. Em Barcelona. Isso é que era doce.

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Sporting-Olympiacos, 3-1

Estádio José Alvalade, em Lisboa

Árbitro: Felix Zwayer (Alemanha)

Sporting: Rui Patrício; Piccini (Ristovski, 85’), André Pinto, Mathieu (Tobias Figueiredo, 77’) e Fábio Coentrão; William Carvalho, Battaglia e Bruno Fernandes; Gelson Martins e Bruno César (Mattheus Oliveira, 90’) e Bas Dost

Suplentes não utilizados: Salin, Alan Ruiz, Podence e João Palhinha

Treinador: Jorge Jesus

Olympiacos: Proto; Diogo Figueiras, Botía, Engels, Koutris; Gillet, Romao e Tachtsidis (Odjidja, 65’); Carcela (Sebá, 46’) , Felipe Pardo e Fortounis (Djurdjevic, 57’)

Suplentes não utilizados: Kapino, Marin, Elabdellaoui e Vukovic

Treinador: Takis Lemonis

Golos: Bas Dost (40’; 66’), Bruno César (43’) e Pardo (87’)

Ação disciplinar: Cartão amarelo a William Carvalho (9’), Diogo Figueiras (32’), Leonardo Kourtis (54’), André Pinto (64’) e Gelson Martins (81’)

Quanto ao jogo desta quarta à noite, só teve (tal como o da primeira volta, em Atenas) um sentido: o da baliza grega. Sim, a defesa do Olympiacos é demasiado permeável – e isso não augura nada de bom para o confronto com a Juventus, um confronto de que o Sporting depende para continuar em prova. Logo aos três minutos, quuuuuase o golo do Sporting. O livre era à direita, Bruno César resolveu não cruzar para a grande área, abrindo no flanco, em Gelson. Gelson cruzou, ele sim, recuado, Piccini amorteceu, André Pinto rematou e Proto defendeu como conseguiu, para o poste esquerdo. Na recarga, isolado, Dost remataria muito por cima da barra.

Segue o cronómetro. Nove minutos depois, Coentrão, à esquerda, lança rápido e encontra Dost no ataque. O holandês isola prontamente Bruno Fernandes no interior da grande área e o médio do Sporting remata, mais em jeito do que em força. A bola passaria pouco ao lado do canto superior direito da baliza de Proto. Porquê? Porque ainda desviou no central Bjorn Engels.

À terceira foi de vez. 40’. Piccini resolve subir pela direita, sobe, sobe e continua a subir, nenhum adversário grego o desarma, e quando, por fim, se aproxima da grande área, isola Gelson que seguia a seu lado. Gelson cruza rasteiro. Dost escapa-se a Alberto Botía e desvia à “boca” da baliza. É o primeiro golo do holandês nesta edição da Liga dos Campeões. Ele que “molha a sopa” há três jogos, igualando o melhor registo goleador (nos idos de setembro) da temporada passada.

Antes do intervalo, e apenas três minutos depois do primeiro, o Sporting ampliaria o resultado. À entrada da área, de frente para a baliza, Bruno César — como sempre o faz; ou não tivesse ele o epíteto “chuta-chuta” — chutou. Mas a bola resvalaria num defesa do Olympiacos e nem à baliza foi. Cairia à esquerda, em Bjorn Engels. Bruno pressionou o belga, surripiou-lhe a bola e, à segunda, agora dentro da grande área, rematou e a “menina”, teimosa, entraria mesmo na baliza.

Após o intervalo, e mesmo tendo entrado “mandão”, só ao fim 20 minutos o Sporting criou perigo. Primeiro só ameaçou. Depois consumou-o em golo. Dentro da grande área, Coentrão rematou cruzado após assistência de Bruno César. Proto estica-se todo e defende para canto. À direita, Bruno Fernandes bate-o para o centro da pequena área, Dost surge nas costas do central Alberto Botía, salta mais alto e desvia para dentro da baliza. É a segunda vez que o holandês bisa nas competições europeias. Antes, fê-lo pelo Wolfsburg… contra o Sporting.

Até final, o Olympiacos ainda reduziria a desvantagem. 87’. Figueiras cruza à direita para a entrada da área e Pardo, de primeira, remata para o primeiro dos gregos em Alvalade. O golo, no entanto, deveria ter sido anulado (o árbitro ainda consultou o auxiliar) pois Sebá estava em posição irregular e, não tocando na bola, interferiu com o lance ao posicionar-se mesmo em frente de Patrício – o que limitaria a visão do guarda-redes do Sporting.