O Prémio Carlos Paredes 2017 é entregue esta quinta-feira ao fadista Ricardo Ribeiro e ao Quarteto ARTEMSAX & Lino Guerreiro na Sociedade Filarmónica Recreio Alverquense, em Vila Franca de Xira, seguindo-se a atuação dos vencedores.

O prémio, no valor pecuniário de 2.500 euros, foi atribuído ‘ex-aequo’, a Ricardo Ribeiro, com o álbum “Hoje é assim, amanhã não sei”, e ao Quarteto ARTEMSAX & Lino Guerreiro, com o “Projeto Michel Giacometti”.

Os dois projetos vencedores, sendo estruturalmente diferentes, representam o que de melhor se faz atualmente e de forma complementar, por um lado no fado tradicional e, por outro, na música tradicional, reinventada com um estilo único”, referiu o júri, segundo comunicado da edilidade local, a 2 de outubro, quando foram conhecidos os distinguidos.

O júri foi constituído pelo escritor José Jorge Letria, em representação da Câmara Municipal vila-franquense, pelo compositor e músico Pedro Campos, pelo crítico musical Ruben de Carvalho e pelo compositor e cantor Carlos Alberto Moniz, em representação da Sociedade Portuguesa de Autores.

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Ao prémio concorreram 26 obras, todos trabalhos discográficos editados no ano passado, tendo o júri “salientado a qualidade, quantidade e diversidade dos projetos apresentados, o que de certa forma contrasta com a crise vivida pelo mercado”.

O Prémio Carlos Paredes é atribuído anualmente, desde 2003, pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, com o objetivo de “homenagear um nome ímpar da cultura musical e distinguir trabalhos discográficos de música instrumental não erudita, nomeadamente de raiz popular, que tenham sido editados no ano anterior a cada edição”.

O fadista Ricardo Ribeiro, de 36 anos, iniciou a carreira musical aos 12, e este ano foi um dos nomeados ao Prémio Melhor Artista do Ano pela revista britânica Songlines – que o definiu como a melhor voz masculina do fado da sua geração -, precisamente pelo álbum “Hoje é assim, amanhã não sei”.

O Quarteto ARTEMSAX, que existe há 15 anos, é composto por João Pedro Silva (saxofone soprano), João Cordeiro (saxofone alto), Rui Costa (saxofone tenor) e Helder Madureira (saxofone barítono).

O compositor Lino Guerreiro iniciou os estudos aos 19 anos no Conservatório Regional de Setúbal. Guerreiro é diretor artístico do projeto mixEnsemble, professor de Análise e Técnicas de Composição e de Música de Câmara, no Conservatório de Música D. Dinis, em Odivelas, leciona também Teoria e Análise Musical e de Música de Câmara na Escola Profissional da Metropolitana, em Lisboa.

Na génese do “Projeto Michel Giacometti”, “duas vontades se cruzam, a criação de um ‘objeto’ promotor da identidade cultural portuguesa e o desafio da procura da modernidade”.

Este trabalho, além da parceria do Quarteto ARTEMSAX com o compositor Lino Guerreiro, conta com a participação do Grupo Coral Ausentes do Alentejo, os Bardoada – o Grupo do Sarrafo, do percussionista Marco Fernandes, do acordeonista Paulo Machado e do Trio de Cordas de Palmela.

O primeiro vencedor do prémio foi Bernardo Sassetti, com o seu álbum “Noturno”. Ricardo Rocha, Mário Laginha, Pedro Jóia, Rão Kyao, Carminho e Pedro Caldeira Cabral foram alguns dos músicos distinguidos com o Prémio Carlos Paredes.