Moa Hjelmer começou a dar nas vistas aos 18 anos, quando ganhou a medalha de bronze nos 400 metros no Campeonato da Europa de Juniores, em Novi Sad. No ano seguinte, terminou a estafeta dos 4×100 metros do Campeonato da Europa de Seniores no sétimo lugar; em 2011, conquistou a prata nos 200 metros do Europeu Sub-23. A sueca era uma estrela em ascensão que teve como ponto alto da carreira a medalha de ouro nos 400 metros no Campeonato da Europa de 2012, em Helsínquia. No final de 2013 engravidou, falhou toda a temporada de 2014 e acabou por cair no esquecimento. Até agora.

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Idrottsuppropet #timeout #metoo Jag var 21, det var slutet på säsongen och vi hade precis vunnit över Finland i Finnkampen. Alla var glada, humöret på topp och vi firade på banketten och senare på klubb. Lite för mycket alkohol blev det för min del och en annan aktiv erbjuder sig att följa mig tillbaka till hotellet. Vi hamnar på hans rum, han vill prata, sitta nära mig på sängen. Jag säger att jag ska gå och lägga mig. Han tycker att jag kan sova här hos honom. Han är betydligt äldre än mig och han är gift, jag kände mig säker och trodde jag kunde lita på honom. Jag har pojkvän, jag säger nej. Han tar på mig och säger jo. Jag blir stel, jag vill inte. Jag säger nej igen. Han tar av mina kläder. Jag fryser till is, kan inte röra mig. Jag säger inget mer. Han våldtar mig. När det är över tar jag mina saker och går därifrån. Jag skäms, vad gjorde jag för fel? Min relation med min pojkvän skadas svårt och det tar över ett halvår innan vi har reparerat skadan. Jag har alltid varit stark och självsäker och vet idag att det här inte var MITT fel, trots det har det tagit 6 år innan jag vågar berätta. Tack #metoo

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De uma forma crua, com a hashtag #metoo em cima de uma foto sua, a escandinava partilhou pela primeira vez um episódio que acabou por marcar toda a sua vida: em 2011, um ano antes do ouro nos Europeus, Moa foi violada por outro atleta. Não disse o seu nome, não explicou se denunciou o caso, mas contou todos os passos.

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Foi no final da época e vínhamos de uma vitória com a Finlândia. Estávamos todos felizes, com o humor em altas, festejámos com um banquete e uma ida à discoteca. Tinha um bebido um pouco a mais e um colega ofereceu-se para me acompanhar no regresso ao hotel. Fomos ao quarto dele e disse-me para me sentar ao lado da cama mas, como era mais velho e casado, senti-me confiante e achei que podia confiar. Quando me disse para me deitar, disse-lhe que ia para o meu quarto mas não deixou e aproximou-se. Eu disse-lhe que não, e que tinha namorado, ele agarrou-me e disse que sim. Insistiu, tocou-me e começou a tirar-me a roupa. Gelei, não me conseguia mexer. Quando acabou, levantei-me e fui-me embora, envergonhada. Pensei ‘O que fiz de errado?’. Sempre soube que a culpa não era minha, mas demorei seis anos para contar”

Casada desde 2013 com Kristian Svensson, teve um segundo filho em 2017 e voltou aos treinos no Verão, como tem mostrado através de imagens colocadas no seu Instagram. Agora, pelas piores razões, voltou a ser o centro das atenções. E permanece a dúvida dos próximos capítulos, na medida em que a lei sueca apenas prescreve neste tipo de casos dez anos depois.