Composta por gigantes como a General Motors, a Ford e Chrysler, a indústria automóvel americana tem vindo, nas últimas décadas, a perder terreno para os fabricantes europeus. Os quais têm conseguido elevar substancialmente a qualidade dos seus carros – apesar de os comercializarem por valores substancialmente mais elevados –, num esforço que as marcas americanas só agora começam a tentar acompanhar.

Um dos exemplos mais conhecidos desta fraca qualidade dos fabricantes americanos foi o caso do revestimento interior do tejadilho, que teimava em descolar e cair.

Embora esta deficiência não tenha sido um problema exclusivo das marcas americanas, pois também alguns construtores europeus chegaram a debater-se com esta dificuldade, a verdade é que, principalmente nos EUA, este foi um defeito que demorou a ser resolvido. Levando mesmo a que, especialmente nos automóveis fabricados entre a década de 70 e 90, o problema tenha atingido proporções inacreditáveis.

Entre os automóveis que enfermaram deste mal destacam-se, entre outros, o Chevrolet C/K de 1982 e o Buick Skylark, ambos provenientes de marcas do grupo GM. E porquê? Porque estes modelos tinham o revestimento do tejadilho preso por meros adesivos que, com o passar do tempo, começavam a secar e a descolar. A ponto de a luz do tejadilho ser o único motivo pelo qual o forro não caía totalmente sobre a cabeça dos ocupantes!

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O exemplo de que as marcas americanas demoraram muito a corrigir esta falha pode ser apontado ao Jeep Cherokee, de 1995, cujo revestimento do tejadilho teimava em descolar-se e, por acção da gravidade, cair em cima de quem seguia a bordo.

Curiosamente, a história dos revestimentos dos tejadilhos nos carros norte-americanos nem sempre foi assim, tão desoladora. Nos modelos produzidos ao longo dos anos 60, como era o caso do Ford Mustang de 1966, a opção para revestimento não era o tecido, mas sim uma espécie de película plástica que aderia ao tejadilho de tal forma que parecia nunca mais querer sair dali.

Depois da chamada “fase para esquecer”, hoje em dia, todos os modelos americanos já ultrapassaram este problema. Propõem agora soluções mais resistentes ao passar dos anos e similares às utilizadas pela grande maioria dos construtores europeus, que ao venderem os seus carros a um preço superior se podem dar ao luxo de equipá-los com soluções e sistemas mais onerosos.