Depois da União Europeia ter anunciado mais apoios, não apenas aos veículos eléctricos, mas também à constituição da uma joint-venture entre construtores automóveis no domínio das baterias, e dos próprios fabricantes terem vindo a apostar progressivamente na mobilidade eléctrica, eis que surge o alerta: segundo a Federação das Indústrias da Alemanha (BDI), a indústria automóvel germânica corre o risco de começar a ver escassear as principais matérias-primas para fabrico das baterias, dificultando assim o desejado impulso que tanto políticos como construtores querem dar ao veículo eléctrico, na Europa.

O risco de nos depararmos com escassez de matérias-primas para as baterias tem vindo a aumentar, devido ao facto da procura estar a crescer mais do que a capacidade de produção”, afirmou o responsável máximo pela segurança e matérias-primas na BDI, Matthias Wachter, em declarações publicadas no diário alemão Welt am Sonntag.

Há lítio que chegue para tantos carros eléctricos?

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“Sem um fornecimento suficiente de, por exemplo, cobalto, grafite, lítio ou magnésio, não haverá uma tecnologia do futuro, produzida na Alemanha”, acrescentou o mesmo responsável.

Prevê-se que a procura por este tipo de matérias-primas cresça, à medida que os construtores começarem a apostar cada vez mais nos automóveis eléctricos – também como resposta às exigências dos governos, visando a diminuição dos índices de poluição.

Volkswagen “safa-se”

A procurar salvaguardar-se de uma situação de escassez de matéria-prima para as baterias dos seus futuros modelos eléctricos, a Volkswagen anunciou já ter celebrado contratos a longo-termo com fornecedores deste tipo de matérias-primas. Isto, numa altura em que o grupo alemão prepara um investimento na ordem dos 34 mil milhões de euros, em carros eléctricos. Com os quais, assume, espera conseguir desafiar a referência Tesla.

Ao mesmo tempo, a Mercedes-Benz fixou como objectivo, até 2022, oferecer pelo menos uma versão eléctrica de cada um dos seus modelos. Ao passo que a rival BMW anunciou esperar atingir a produção em massa deste tipo de veículo, até 2025. Altura em que deverá contar com uma oferta de 12 propostas totalmente eléctricas.

Perante este cenário, fornecedores de matérias-primas, como a belga Umicore ou o grupo americano Retriev Technologies, falam já em começar a aproveitar as matérias-primas de baterias mais antigas, para atenuar a já esperada escassez.