Se há algo em que a indústria automóvel aposta é numa série de tecnologias que visam facilitar a vida dos condutores. Mas, aparentemente, facilitam também a vida dos ladrões. Vem isto a propósito de um roubo de um Mercedes Classe C, filmado pelas câmaras de um circuito fechado de videovigilância, onde se torna evidente que “os amigos do alheio” não precisam de se dar a grandes trabalhos para se apropriarem de veículos com os chamados sistemas keyless (sem chave).

O alerta foi ontem dado pelas autoridades de West Midlands, no Reino Unido, que estão de tal modo preocupadas com o crescente número de furtos de viaturas nestas condições que, inclusivamente, se socorreram do YouTube para mostrar como o crime acontece. Sem chave… e sem carro, em menos de um minuto. Ora veja:

O Derby Telegraph relata que o crime ocorreu no passado dia 24 de Setembro, na zona de Solihull. Passados mais de dois meses, o Mercedes roubado ainda não foi encontrado. Dos assaltantes, nada é dito.

As imagens, que se acredita serem as primeiras de um “crime de retransmissão”, revelam um método tão simples quanto rápido: os criminosos recorreram a um dispositivo capaz de detectar o sinal da chave à distância. Mesmo que esse sinal seja fraco, o equipamento amplifica-o, o que permitiu aos dois homens destrancar a viatura, entrar, accionar a ignição e seguir viagem com o Mercedes furtado.

Em teoria, os sistemas keyless são uma tecnologia “inteligente”, que reconhece por proximidade o condutor, abre automaticamente as portas do veículo, e permite-lhe arrancar com o simples toque num botão (Start). Mas, na prática, esta solução presta-se a ser “enganada”, pelo que a polícia aconselha os proprietários de automóveis com entrada e arranque sem chave a tomarem medidas. Um dos conselhos para prevenir este tipo de furtos é guardar as chaves dentro de um saco electroestático (como os que são utilizados em produtos informáticos), o que bloqueia a emissão do sinal. Outra das sugestões é usar uma tranca da direcção – não dá um ar muito tech, mas este expediente da “velha escola” dificulta a vida aos gatunos.

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