O Lille e o treinador Marcelo Bielsa, afastado do comando da equipa desde 22 de novembro, vão ver o seu diferendo quanto à rescisão de contrato resolvido pela comissão jurídica da Liga de futebol francesa a 12 de dezembro.

O clube marcou para esta quarta-feira uma reunião com o técnico argentino, mas esta não se realizou uma vez que Bielsa, que recorreu à Liga como intermediária no diferendo, não compareceu.

“Não se realizou uma reunião prévia, pois não havia motivo para ele vir cá”, justificou o advogado do argentino, Carlo Brusa.

Em comunicado, na segunda-feira a direção do Lille tinha anunciado a marcação de uma reunião legal de demissão com Marcelo Bielsa, no seguimento dos diferendos existentes, reconhecendo que afastou o técnico “de forma temporária” devido a um processo disciplinar que levará à rescisão de contrato.

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No mesmo dia, Bielsa apresentou um recurso à Comissão Legal da Liga francesa de futebol, revelando ter contratado profissionais legais para “salvaguardarem e defenderem” os seus interesses, pretendendo que a liga comprove os “erros exclusivos” do Lille neste processo.

“A reunião deveria realizar-se esta quarta-feira. Bielsa preferiu não se apresentar. Existe jurisprudência, existe um processo legal, que vamos respeitar, como respeitaremos o que decidir a Liga”, comentou o presidente do Lille, Gérard Lopez.

Segundo o dirigente, o próximo episódio do divórcio anunciado terá lugar a 12 de dezembro, na Liga.

“Estaremos presentes e bem presentes para afirmar os direitos do Sr. Bielsa. Defendemos que a rescisão do contrato do meu cliente se deve aos erros exclusivos do Lille”, disse o advogado.

Apesar de “confiar na justiça desportiva”, o causídico admite que as partes podem chegar a entendimento.

O Lille, que apontava a um lugar entre os cinco primeiros, e onde joga o português Edgar Ié, é 19.º e penúltimo do campeonato, cumpridas 14 jornadas.

Bielsa, que chegou este verão e tem contrato até ao fim de 2019, quer fazer os seus direitos indemnizatórios que, segundo os Media gauleses, rondam os 15 milhões de euros.

Com o argentino suspenso, a equipa está a ser conduzida por uma comissão técnica, liderada pelo português João Sacramento e que tem também o luso-francês Fernando da Cruz.