O Governo chinês expressou hoje a sua “profunda preocupação” com o último míssil balístico intercontinental lançado na quarta-feira pela Coreia do Norte, capaz de transportar uma grande ogiva nuclear e chegar a todo o território dos Estados Unidos. “A China expressa profunda preocupação e oposição ao lançamento (…) e urgentemente exorta a Coreia do Norte a atender as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e parar as ações que levam tensões na península”, afirmou hoje Geng Shuang, porta-voz dos Negócios Estrangeiros chinês.

Continuaremos a defender a desnuclearização da península, bem como uma solução pacífica para a questão através do diálogo e da negociação”, acrescentou.

Geng sublinhou que Pequim sempre cumpriu as suas obrigações internacionais rigorosamente e que a via militar “não é a melhor alternativa” para a resolução da crise norte-coreana. A televisão estatal da Coreia do Norte anunciou na terça-feira o lançamento “bem sucedido” – o primeiro em Pyongyang após dois meses e meio sem realizar testes balísticos -, que foi autorizado e testemunhado pessoalmente pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un.

Trata-se de um novo modelo de míssil balístico intercontinental, batizado de Hwasong-15, capaz de atingir o maior alcance alguma vez conseguido por um projétil norte-coreano, o que representa um avanço perigoso no programa de armamento deste país. Alguns especialistas acreditam que o míssil teria capacidade para ter viajado num voo normal com mais de 13.000 quilómetros, o suficiente para chegar a Washington ou a qualquer parte continental dos Estados Unidos.

A porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, anunciou que o seu governo defende novas sanções contra a Coreia do Norte, a quem pediu para abandonar os ensaios e respeitar a legalidade. Além disso, Nauert leu uma declaração da secretária de Estado, Rex Tillerson, na qual anunciou que irá propor, juntamente com o Canadá, avançar na próxima reunião do Comando das Nações Unidas (UNC) com o contingente que controla a Zona Conjunta de Segurança (JSA) que separa as duas Coreias.

Por seu lado, o primeiro-ministro sul-coreano, Lee Nak-yon, disse hoje que o novo lançamento não foi completado com total sucesso, já que o projétil perdeu o contacto com o centro de controlo a meio da sua trajetória.

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