O Ministério da Saúde revelou esta quinta-feira que da lista de doentes com VIH notificados e ausentes do acompanhamento do Serviço Nacional de saúde, há mais de um ano, já foram identificados 2.250, correspondente a 25%.

Numa resposta enviada à agência Lusa, o Ministério adianta que dos 2.250 doentes identificados, de um universo de nove mil diagnosticados com VIH e que não estão a ser seguidos nos hospitais, desconhecendo-se o seu paradeiro, cerca de metade já morreram e que “apenas quatro por cento abandonaram a consulta”.

A explicação do Ministério para o desconhecimento do paradeiro dos doentes prende-se com o facto de, até setembro, não ter havido interoperabilidade entre o SIVIDA (sistema de acompanhamento dos doentes VIH) e o SICO (sistema de notificação de óbitos), pelo que, os doentes não foram excluídos das listas nacionais.

“Da totalidade dos doentes que não estão em seguimento analisados, apenas cerca de 4% constituem abandonos de consulta (e que estão a ser contactados e sensibilizados para a adesão às consultas do VIH)”, refere a resposta do Ministério, adiantado que há ainda “um valor considerável que corresponde a erros de notificação, duplicações de registos (nomeadamente inter-hospitais) e a transferências entre serviços”.

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Num despacho de 25 setembro, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, determina a implementação, até 31 de dezembro, do sistema informático do VIH em todos os estabelecimentos hospitalares do Serviço Nacional de Saúde que seguem pessoas infetadas com o vírus da imunodeficiência humana.

“A Direção do Programa Prioritário VIH/SIDA da DGS tem, desde a publicação do despacho, acompanhado com regularidade semanal a evolução do processo de renotificação de cada um dos doentes listados (e que foram identificados nos últimos 20 anos) e que não se encontram em seguimento no SNS há um período superior a 12 meses”, acrescenta o Ministério.

Segundo o relatório do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças e da Organização Mundial da Saúde para a Europa, Portugal registou até hoje 56.001 diagnósticos de infeção VIH, 1.030 dos quais em 2016.