O governo provincial de Luanda agendou para segunda-feira uma reunião conjunta com a classe dos enfermeiros para tentar reverter a paralisação das consultas nos centros de saúde, iniciada por aqueles profissionais na quinta-feira, informou esta sexta-feira o sindicato.

“Vamos manter a suspensão à luz da lei, exceto se o Governo conseguir convencer, segunda-feira, os trabalhadores na assembleia marcada”, disse esta sexta-feira à Lusa o secretário-geral adjunto do Sindicato dos Enfermeiros de Luanda, António Kileba. De acordo com o sindicalista, a suspensão das consultas nos centros de saúde e hospitais públicos entrou hoje no segundo dia de paralisação, contando com uma adesão de 95%, com os profissionais de enfermagem a “realizarem apenas serviços normais obrigados por lei” e não as consultas, que também realizavam até agora.

“Segundo as atribuições que nos foram incumbidas, tanto nas obrigações como nos deveres, não estamos a fazer prescrição de medicamentos e leitura dos exames que é a função reservada aos médicos”, explicou. Pagamento de retroativos, de subsídios de consulta e promoção nas carreiras fazem parte do caderno reivindicativo remetido em 2012 ao governo provincial, mas “sem soluções à vista”, mesmo a após a moratória de cinco dias dada pelos enfermeiros, no final de outubro.

Para António Kileba, a assembleia conjunta entre o governo de Luanda e o sindicato, prevista para segunda-feira, 4 de dezembro na sede da União Nacional dos Trabalhadores Angolanos (UNTA), deverá ser decisiva, sobretudo nas questões centrais que afligem a classe.

“Naquelas questões em que encontramos desenquadramento em termos de entendimento sugerimos a entidade empregadora junto dos trabalhadores colocar as suas ideias e ouvir a opinião dos profissionais”, referiu. A adesão dos profissionais de enfermagem a esta suspensão das consultas nos centros, postos de saúde e hospitais público segundo António Kileba éd e 95%, porque sublinhou, há unidades hospitalares que ainda estão a coagir alguns enfermeiros.

“Um ou outro caso em que os profissionais são coagidos à margem da lei, estamos lá repor a legalidade explicando a sua área de atuação”, rematou. A 8 de maio deste ano, o Sindicato dos Enfermeiros de Luanda decidiu suspender a greve prevista para aquele dia, afirmando ter recebido garantias de resolução das reivindicações até ao mês de agosto passado.

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