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Maria Teresa Horta recusa Prémio Oceanos por ter ficado em quarto lugar ex-aequo

Este artigo tem mais de 5 anos

A escritora ficou em quarto lugar ex-aequo e não gostou. Renunciou ao prémio lusófono aos seus 4 mil euros. Disse que o faz "sobretudo pelo respeito que devo a mim própria e à minha já longa obra".

Maria Teresa Horta foi premiada pelo livro "Anunciações"
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Maria Teresa Horta foi premiada pelo livro "Anunciações"

Gonçalo Villaverde / Global Imagens

Maria Teresa Horta foi premiada pelo livro "Anunciações"

Gonçalo Villaverde / Global Imagens

A escritora Maria Teresa Horta recusou receber o Prémio Oceanos, um dos maiores prémios da literatura lusófona, depois de o júri lhe ter atribuído o 4º lugar ex-aequo. A renúncia foi feita num post de Facebook, dizendo que tomou esta decisão por “respeito”.

“Faço-o por respeito pela Literatura, por respeito pelas minhas leitoras e os meus leitores, e sobretudo pelo respeito que devo a mim própria e à minha já longa obra”, escreveu na sua conta de Facebook. No mesmo texto, informou ainda aos organizadores do prémio, a Itaú Cultural, que abdicava igualmente do valor pecuniário ao qual teria direito. “Caros senhores, sois livres de dar a aplicação que vos aprouver aos 15 mil reais (4 mil euros) que me caberiam, não fosse esta inultrapassável questão que se me coloca e dá pelo nome de dignidade”, adiantou a autora de 80 anos.

O primeiro lugar do Prémio Oceanos foi atribuído ao romance “Karen”, da escritora portuguesa Ana Teresa Pereira. O segundo lugar coube ao romance “Machado”, do brasileiro Silviano Santiago. Depois, em terceiro, ficou o livro de poemas “Golpe de Teatro”, do português Helder Moura Pereira. Enfim, no lugar que deu aso a esta polémica, ficou o livro “Anunciações” de Maria Teresa Horta, ex-aequo com “Simpatia pelo Demónio”, do romancista brasileiro Bernardo Carvalho.

Ana Teresa Pereira é a vencedora do Prémio Oceanos

Ainda antes da publicação de Maria Teresa Horta no Facebook, a escritora e ex-diretora da Casa Fernando Pessoa, Inês Pedrosa, já se tinha insurgido com a decisão do júri do Prémio Oceanos. Num post publicado no blogue Delito de Opinião, Inês Pedrosa escreveu que a atribuição do quarto lugar ax-aequo “representa uma forma de assédio moral, uma humilhação que a obra da autora de Minha Senhora de Mim e As Luzes de Leonor de forma alguma merece, e a que as regras mínimas da mais elementar educação deviam tê-la poupado”.

Inês Pedrosa continua: “Não achavam Anunciações — a obras em causa neste prémio — digna do Prémio? Não a premiassem, e assumissem essa decisão. Dar-lhe um rebuçadinho para dividir com outr menino é que não é coisa que se faça a uma autora que, desde 1960, quando publicou a colectânea de poemas Espelho Inicial, até hoje, construiu uma obra ímpar, com mais de 40 livros publicados”.

Em declarações ao jornal Público, uma das curadoras do Prémio Oceanos, Selma Caetano, garantiu ter “absoluto respeito pela escritora Maria Teresa Horta e pela sua importante obra” e comentou a sua renúncia ao prémio dizendo que nunca tinha havido “uma situação semelhante” desde que este prémio literário, um dos mais importantes da lusofonia, foi criado.

O Prémio Oceanos, o sucessor do Prémio Portugal Telecom, criado em 2003 e cujo nome viria a adotar a atual fórmula em 2015, visa distinguir a literatura lusófona. A Itaú Cultural é uma entidade promovida pelo grupo financeiro Itaú que já foi acionista de referência do BPI.

Este ano, o júri do prémio foi composto por dois portugueses — a poetisa Ana Mafalda Leite e o crítico literário do Público António Guerreiro — e seis brasileiros – as ensaístas Beatriz Resende e Mirna Queiroz, a tradutora e editora Heloisa Jahn e os escritores Maria Esther Maciel, Everardo Norões e Eucanaã Ferraz). A curadoria do Oceanos esteve a cargo da jornalista portuguesa Ana Sousa Dias (Diário de Notícias), da gestora Selma Caetano e do jornalista Manuel da Costa Pinto, ambos brasileiros. O prémio é patrocinado pela fundação Itaú Cultural.

Em 2012, Maria Teresa Horta recusou receber o Prémio D. Dinis, que venceu pelo romance “As Luzes de Leonor”, das mãos do então primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho. Em declarações à Lusa, disse que não podia “receber esse prémio de uma pessoa que está empenhada em destruir o nosso país”. Porém, ao contrário do que aconteceu dessa vez, a autora não renunciou ao prémio.

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