Fernando Santos já se encontra na Rússia mas, à partida em Lisboa, teve uma curta conversa com os jornalistas. A certa altura, depois de ter valorizado todos os conjuntos em prova, perguntaram-lhe se gostava de ter um grupo mais fácil como o do Europeu de 2016, onde encontrou Islândia, Áustria e Hungria na primeira fase. “Mais fácil? Então empatámos os dois primeiros jogos e tudo”, respondeu. Na verdade, a Seleção até empatou também o terceiro frente aos magiares, mas aí esse cenário já era suficiente para passar aos oitavos-de-final.

Aquilo que o selecionador quis foi relativizar qualquer que seja o resultado do sorteio, da mesma forma como tem colocado a “pressão” em termos de favoritismo em conjuntos como Alemanha, Brasil ou Espanha. Mas existem sorteios melhor do que outros, como se viu na última participação nacional e num pormenor que na altura ninguém se apercebeu: Portugal foi parar ao grupo mais difícil de todos.

No Brasil, tivemos no grupo B Espanha, Holanda e Chile (mais a Austrália, naquela que foi a única vitória da Roja, eliminada na primeira fase) e no grupo D Itália, Inglaterra e Uruguai (mais a Costa Rica, que até ficou em primeiro lugar) mas, segundo a FIFA, o grupo G era o mais forte. E quem fazia parte desse grupo G? Alemanha (que ganharia o título), Estados Unidos, Gana e… Portugal.

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Os cálculos do estudo apresentado pelo órgão que tutela o futebol mundial têm como base o ranking de cada seleção na altura do sorteio, o que neste caso de 2014 dava uma média de 13, a mais baixa de todas. A título de curiosidade, e desde 1994, o grupo com uma posição média no ranking mais alta de sempre foi mesmo o grupo E desse Mundial nos Estados Unidos (9), que juntou Itália, Noruega (então a quinta melhor seleção do mundo), Rep. Irlanda e México. Fun fact – todas as equipas acabaram a primeira fase com quatro pontos e saldo nulo entre os golos marcados e sofridos, com os escandinavos a falharem os oitavos por terem apenas um golo.

Nas outras edições entre 1994 e 2014, os grupos mais complicados foram os seguintes: Inglaterra, Roménia, Colômbia e Tunísia (1998); Argentina, Inglaterra, Suécia e Nigéria (2002); Rep. Checa, Itália, Estados Unidos e Gana (2006); e Espanha, Chile, Suíça e Honduras (2010).

Espanha, Costa Rica e Nigéria ou México, Irão e Panamá? Quem pode calhar a Portugal no Mundial

Para este ano, e fazendo a revisão da matéria dada, Portugal parte como cabeça-de-série no pote 1, a par de Rússia, Alemanha, Brasil, Argentina, Bélgica, Polónia e França (nenhuma destas seleções poderá calhar à Seleção Nacional). Depois, teremos Espanha, Peru, Suíça, Inglaterra, Colômbia, México, Uruguai e Croácia no pote 2; Dinamarca, Islândia, Costa Rica, Suécia, Tunísia, Egito, Senegal e Irão (pote 3); Sérvia, Nigéria, Austrália, Japão, Marrocos, Panamá, Coreia do Sul e Arábia Saudita (pote 4).

No teste oficial (entretanto já foram feitos outros, mais “simpáticos” para os comandados de Fernando Santos), Portugal ficou com a “fava” que todos querem evitar, a Espanha, o Senegal e a Coreia do Sul, cruzando depois nos oitavos-de-final, em caso de passagem, com um dos dois primeiros classificados do grupo C que ficaria com Polónia, Colômbia, Sérvia e Irão. Em 2014, Portugal ficou com a Alemanha no teste… e na realidade.