Comemorou-se o 1 de dezembro, cantou-se o hino nacional em Alvalade. Mas as “novidades” não ficaram por aqui: os jogadores do Sporting entraram com os nomes em braille nas camisolas; os ecrãs gigantes passaram atletas de várias modalidades do clube a interpretarem “O Mundo sabe que” em linguagem gestual; e houve homenagens aos desportos adaptados verde e brancos (mais de dez) no campo e nas bancadas. Chegou o jogo, mudou a maneira de escrever mas o nome que decidiu a receção ao Belenenses foi o mesmo: Bas Dost. Mas houve um pouco de tudo, de aplausos a assobios passando por um final em festa “à islandesa”.

Ficha de jogo

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Sporting-Belenenses, 1-0

13.ª jornada da Primeira Liga

Estádio José Alvalade, em Lisboa

Árbitro: Nuno Almeida (AF Algarve)

Sporting: Rui Patrício; Piccini, Coates, Mathieu, Fábio Coentrão; William Carvalho, Bruno Fernandes (Bruno César, 90’); Gelson Martins, Acuña (Bryan Ruíz, 71’), Podence (Battaglia, 61’) e Bas Dost

Suplentes não utilizados: Salin, André Pinto, Ristovski e Alan Ruíz

Treinador: Jorge Jesus

Belenenses: Muriel; Bruno Pereirinha, Nuno Tomás, Gonçalo Silva, Florent; Saré (Maurides, 46’), Yebda, André Sousa (Tiago Caeiro, 80’); Benny, Diogo Viana (Miguel Rosa, 71’) e Fredy

Suplentes não utilizados: Filipe Mendes, Persson, Cleyton e Filipe Chaby

Treinador: Domingos Paciência

Golo: Bas Dost (13’, g.p.)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Mathieu (83’) e Fredy (87’)

Com a fórmula B de regresso à Primeira Liga (saída de Battaglia, entrada de Podence, recuo de Bruno Fernandes para ‘8’), os leões entraram melhor e tiveram a primeira oportunidade logo aos 2′, quando a dupla com mais de 30 centímetros de diferença dominou pelo chão (Podence) e pelo ar (Dost). Não seria de bola corrida, foi de bola parada: após uma falta de Florent sobre o internacional Sub-21, o holandês converteu o castigo máximo, ascendeu ao segundo lugar dos melhores marcadores da Liga (dez) e fez o golo 50 de verde e branco.

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Ainda houve uma bola parada perigosa de André Sousa pouco ao lado da baliza de Patrício (20′), uma soberana oportunidade desperdiçada por Acuña na área após grande pormenor de Bruno Fernandes, o melhor (23′), mas a torneira dos bons momentos fechou mais cedo do que é costume, apesar do domínio leonino com muito jogo interior dos extremos, subida dos laterais e posse e circulação de bola com pouco último terço.

No entanto, o segundo tempo trouxe uma outra versão do jogo. Uma versão que, sem golos, chegou a fazer recordar o dérbi lisboeta da última temporada, onde os azuis do Restelo ganharam pela primeira vez em Alvalade (contando com o antigo estádio, inaugurado no longínquo ano de 1956…). Domingos queixou-se na conferência de imprensa antes do jogo que, quando as coisas corriam mal ao Sporting, se escrevia muito que era demérito dos leões e não mérito do Belenenses; aqui, e não esquecendo essa ideia, houve claramente um pouco de ambos. E com um miúdo que voltou a deixar boas indicações como intérprete principal.

Com as linhas mais espaçadas na estrutura verde e branca, as unidades móveis do ataque visitante conseguiram dar outra profundidade ao seu jogo e, aos 57′, Benny correspondeu bem a um cruzamento na direita de Fredy, com o remate a passar pouco ao lado da baliza de Patrício. Jesus percebeu o que se estava a passar e lançou Battaglia em campo, tentando recuperar o domínio do meio-campo. Recuperou. Mas o jogo ficou partido.

Se é certo que o Belenenses teve o mérito de conseguir chegar mais vezes perto da área do Sporting, mesmo sem ter obrigado o guarda-redes verde e branco a intervenções de grau de dificuldade elevado (o lance mais perigoso foi de Maurides, aproveitando um erro crasso de Mathieu para tentar um chapéu que passou pouco por cima), ficou também mais exposto e, de forma quase contraditória, quanto mais Domingos arriscava, mais perigo os comandados de Jorge Jesus iam criando, com Bruno Fernandes e William Carvalho a falharem chances flagrantes para o 2-0 antes de Bryan Ruíz ver o seu regresso em Alvalade coroado com um golo negado em cima da linha.

No final, enquanto Domingos falou de um “cheirete” na segunda parte e criticou o capítulo disciplinar da arbitragem de Nuno Almeida, Jorge Jesus mostrou-se desagrado com os assobios que se chegaram a ouvir em Alvalade. Falou numa equipa mais pragmática, admitiu uma quebra física durante o segundo tempo, colocou como ponto essencial a vitória antes da decisiva deslocação dos leões a Barcelona pela Champions. E a verdade é que, neste tipo de jogos, é isso que acaba por contar: o triunfo e os três pontos. Com o nome do costume a fazer a diferença: Bas Dost.