“Donald Trump escreveu na sua conta oficial de Twitter”, esta deve ter sido uma das frases mais repetidas no último ano, o primeiro de Trump na Casa Branca. O presidente americano faz questão de tratar diretamente — e via esta rede social — de vários temas: desde assuntos da governação, à picardia política, passando por tweets para se defender de ataques e outros tantos para atacar adversários políticos ou órgãos de comunicação social e aquilo que classifica de “fake news”. Um ritmo alucinante e quase sempre polémico que não deixaria ninguém surpreendido caso fosse de Trump o tweet mais popular de 2017. Mas não, o atual presidente dos Estados Unidos da América perdeu essa corrida… para o seu antecessor na Casa Branca.

A 13 de agosto deste ano, um condutor atirou o seu carro contra um grupo de pessoas que se manifestava em Charlottesville (EUA) contra a marcha de extrema-direita que se realizava naquela cidade universitária. Barack Obama escreveu uma mensagem na sua conta oficial de Twitter, citando Nelson Mandela. “Ninguém nasce a odiar outra pessoas por causa da cor da sua pele ou pelo seu passado ou pela sua religião…”, escreveu o ex-presidente dos EUA.

Os números que constam neste tweet são impressionantes: mais de 1,7 milhões de partilhas (retweets), mais de 4,5 milhões de “gostos”, mais de 70 mil comentários. Este foi o segundo tweet mais popular do ano, de acordo com a lista anual do Twitter que o The Guardian e o The Telegraph divulgam.

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E Obama tem mais duas presenças entre os dez tweets mais populares de 2017, ambos nos dias imediatamente a seguir a ter abandonado a Casa Branca, depois do fim do seu mandato como presidente. No primeiro, Barack Obama agradecia e fazia um pedido: “Acreditem, não na minha capacidade de criar mudança, mas na vossa”. Mais de 870 mil partilhas e quase dois milhões de “gostos”. A outra avalanche de interações foi quando, nove dias depois, voltou ao Twitter para dizer ter sido “uma honra servir” os americanos a quem se dirigia: “Vocês fizeram-me um líder melhor e um homem melhor”.

Não há um único tweet de Trump (apesar dos mais de dois mil que já escreveu desde que foi eleito presidente dos EUA) que apareça na lista já citada, mas o presidente americano é o líder político em funções que mais seguidores tem. Hoje já ultrapassa os 44 milhões. Obama já não está em exercício, mas a sua conta é seguida por mais de 97 milhões de pessoas.

A verdade é que Trump acaba por liderar a lista pela negativa, já que nela conta o tweet da estrela da NBA LeBron James contra o presidente americano, quando esteve em causa a suposta retirada de um convite para a os Golden State Warriors irem à Casa Branca, depois de alguns dos atletas da equipa terem dito publicamente que se o convite acontecesse não compareceriam. LeBron escreveu um tweet direto para Trump: “Ir à Casa Branca era uma grande honra até você aparecer!”. Resultado: 660 mil partilhas, um milhão e meio de “gostos”.

E afinal qual foi o tweet mais popular desta lista? De ninguém conhecido. O campeão é Carter Wilkerson, um homem que escreve apenas uma pergunta: “Quantos retweets por um ano de nuggets de galinha grátis?” Até agora, 18 milhões.