Os partidos de esquerda (PCP, BE e PEV) são desde a primeira hora contra a adesão de Portugal à Cooperação Estruturada Permanente (Pesco, em inglês) da Defesa da União Europeia. Os sociais-democratas, por oposição, não só defendem a entrada do país no mecanismo de defesa comum europeia como até acreditam que o processo está atrasado. Ainda assim, a bancada parlamentar do PSD admite votar contra o projeto de resolução do PS que recomenda a entrada de Portugal na Pesco.

Tudo porque, disse à edição do Público desta terça-feira fonte parlamentar do partido, do projeto socialista não constam três exigências que os sociais-democratas consideram essenciais: a Pesco não deve dar à origem à criação de um Exército Comum Europeu; não deve obedecer ao princípio da especialização dos vários braços das Forças Armadas nacionais; e não deve prejudicar ou impossibilitar a participação portuguesa na NATO, mas em vez disso ser-lhe complementar.

Neste cenário, o chumbo do projeto de resolução do PS é inevitável — mesmo que a bancada do CDS, cujo projeto de resolução é idêntico ao do PSD, vote a favor. O que não significa, mesmo assim, que Portugal fique de fora do mecanismo da defesa comum da UE, já que essa decisão cabe em última instância ao Governo.

A apresentação dos textos com as resoluções dos partidos com assento parlamentar relativamente ao assunto vão ser apresentadas e votadas esta quarta-feira na Assembleia da República.

No passado dia 13 de novembro, 23 Estados-membros assinaram a adesão à Pesco. Portugal, que quis consultar o parlamento sobre o assunto antes, Dinamarca, Reino Unido, Irlanda e Malta ficaram de fora.

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