O Ministério da Administração Interna já tem resultados do inquérito conduzido pela Proteção Civil às refeições servidas aos bombeiros. Há indícios de irregularidades e, de acordo com o relatório, as deficiências de qualidade das refeições servidas durante o combate aos incêndios de agosto foram casos pontuais. Segundo a TSF, o relatório adianta que a grande maioria dos operacionais não teve este problema com a alimentação.

Depois do surgimento de queixas no que diz respeito à qualidade da alimentação servida aos operacionais, o Ministério da Administração Interna ordenou a suspensão, por 20 dias, do pagamento dos reembolsos nas ocorrências em que foram verificados os indícios. O inquérito abrangeu 17 incêndios, que envolveram o pagamento de refeições a 12 associações de bombeiros.

O Ministério da Administração Interna vai agora proceder à audição das entidades dos corpos dos bombeiros para que esclareçam as condições e contornos em que apresentaram os processos de reembolso de despesa.

De acordo com a publicação do Diário de Notícias, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, também já decidiu fazer a revisão da Diretiva Financeira que estipula a comparticipação de despesas resultantes de intervenções no âmbito das operações de Proteção e socorro e estados de alerta especiais.

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Liga de Bombeiros critica decisão

Esta investigação ficou a cargo da Proteção Civil, mas a Liga Nacional de Bombeiros, liderada por Jaime Marta Soares, criticou a decisão, contestando na altura a isenção da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) para proceder ao inquérito, uma vez que se tratava da entidade responsável pelo financiamento das refeições fornecidas aos bombeiros durante o combate aos fogos.

Na sequência da polémica, o presidente da Associação Nacional de Bombeiros Voluntários (ANBV), Rui Silva, denunciou ao Público o que classificou de “aldrabice” e “tramoia” no alegado desvio de dinheiro das refeições que deviam ser servidas aos operacionais para “compra de equipamentos “ ou outras necessidades dos quartéis, acusando a Proteção Civil de não investigar estes casos.