O ex-Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva disse esta quarta-feira que existe um “pacto diabólico” para o impedir de concorrer nas eleições presidenciais de 2018.

“O verdadeiro crime cometido neste país é um pacto do mal entre a acusação, a polícia federal e a imprensa”, disse o ícone da esquerda brasileira durante um discurso em Brasília, na presença de muitos eleitos do Partido dos Trabalhadores (PT), formação que ele fundou em 1989.

Segundo Lula da Silva, o objetivo deste “pacto” é “impedir que o PT volte ao poder”.

Na terça à noite um tribunal de apelação fixou uma data para a sua decisão sobre um recurso à sentença do ex-Presidente para 24 de janeiro.

Para os seus advogados, o procedimento avançou “em tempo recorde” para acabar qualquer possibilidade de candidatura do ex-Presidente, que está no topo das pesquisas de intenção de voto.

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No seu discurso em Brasília, Lula da Silva negou que esteja a lutar para ser um candidato “apenas para se esconder uma alegada culpa”.

“Eu só quero que minha inocência seja reconhecida”, disse.

Em julho, o ex-chefe de Estado brasileiro foi condenado a nove anos e seis meses de prisão pelo juiz Sergio Moro.

Lula da Silva é acusado de ter sido subornado pela construtora da OAS, que lhe teria oferecido um apartamento de luxo na cidade do Guarujá em troca de favores na obtenção de contratos públicos com a petrolífera estatal Petrobras.

O ex-Presidente é alvo de mais seis processos judiciais.

Todavia, disse que seu julgamento era “mais como um ato político do que um ato legal”.

Se for condenado em segunda instância, o ex-Presidente pode acabar atrás das grades e não ser candidato nas eleições em 2018, embora alguns juristas indiquem que outros recursos são possíveis.

Alguns grupos militantes de esquerda anunciaram hoje nas redes sociais a intenção de “ocupar Porto Alegre”, cidade onde o julgamento deste recurso será realizado no final de janeiro.