A nova administração da petrolífera estatal angolana Sonangol já recebeu mais de 15 propostas para a construção de refinarias no país.

A informação foi avançada pelo Presidente angolano, João Lourenço, quando discursava esta quarta-feira na sessão de encerramento de um seminário de capacitação de quadros do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) sobre “Os Tipos de Crimes a que Estão Sujeitos os Titulares de Cargos Públicos”, promovido pelo grupo parlamentar daquela força política no poder.

O chefe de Estado angolano, que discursava na qualidade de vice-Presidente do MPLA, disse que têm surgido investimentos estrangeiros privados para diferentes ramos da economia angolana, com destaque para “as mais de 15 ofertas de refinarias de petróleo após a tomada de posse do novo conselho de administração da Sonangol”.

O assunto veio a propósito quando focou os esforços do Governo para remover fatores inibidores do investimento privado estrangeiro, salientando que as expectativas são boas e encorajadoras”.

Em novembro, por altura da tomada de posse da nova administração da petrolífera estatal angolana, João Lourenço avisou sobre a necessidade de se construir uma refinaria em Angola, para reduzir as importações de combustíveis, depois da suspensão do projeto para o Lobito pela direção de Isabel dos Santos.

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Embora sem se referir diretamente à construção de uma refinaria no Lobito, projeto estatal que a Sonangol suspendeu depois da entrada de Isabel dos Santos para a petrolífera, em junho de 2016, o chefe de Estado afirmou que “tão logo quanto possível” o país deve “poder contar com uma ou mais refinarias”.

“Não faz sentido, que um país produtor de petróleo, com os níveis de produção que tem hoje e que teve no passado, continue a viver quase que exclusivamente da importação dos produtos refinados”, apontou.

Angola é atualmente o segundo maior produtor de petróleo em África e garante mais de 1,6 milhões de barris de crude por dia e para João Lourenço as possibilidades de construção de refinarias pelo Estado ou em parceria com privados “devem ficar em aberto”.

“O que pretendemos é que o país tenha refinaria ou refinarias, para que a atual fase que vivemos, de importação de derivados de petróleo, seja atirada para o passado. Eu sei que é possível e que podemos no próximo ano, em 2018, se trabalharem bem e rápido, dar pelo menos início à construção de uma refinaria para Angola”, exortou.

Atualmente, a Sonangol mantém em operação a refinaria de Luanda, com 62 anos de atividade e uma capacidade nominal instalada de 65.000 barris por dia e Angola importa mensalmente cerca de 150 milhões de euros em combustíveis refinados, fornecimento que está a ser dificultado por falta de divisas, atrasando pagamentos por parte da petrolífera angolana, que reconheceu igualmente produzir apenas 20% do consumo total de produtos refinados.