Duas meninas de 11 anos morreram esta madrugada, elevando assim o número de vítimas mortais para seis. O acidente provocou 18 feridos, das quais 14 são crianças.
Segundo a France Presse, o autocarro escolar, que levava cerca de 20 adolescentes do Collège Christian-Bourquin, na vila de Millas (Pirinéus Orientais), entre os 13 e os 17 anos, foi atingido por um comboio perto da fronteira com o Espanha e ficou cortado a meio. Os pais das crianças foram convidados a ir até à escola das crianças para estarem informados.
O acidente aconteceu às 16h10 locais (15h10 em Lisboa), numa passagem de nível na zona de Millas, nos Pirenéus Orientais, no sudoeste da França.
Uma fotografia divulgada pela France Blue, mostra que o autocarro ficou dividido em dois.
A Câmara Municipal anunciou pouco de uma hora depois do acidente a ativação de um centro operacional “dada a importância do acidente”. 70 bombeiros apoiados por 10 viaturas e quatro helicópteros foram mobilizados para a zona do acidente. Foi montado um posto médico na área.
A empresa ferroviária francesa SNCF disse na quinta-feira que “de acordo com testemunhas, a passagem de nível funcionou normalmente, mas obviamente a informação deve ser confirmada pela investigação”. Trata-se de um cruzamento de nível “clássico”, com sinalização automática e dois portões, que “não foi considerado particularmente perigoso”, considerou a companhia.
Além de uma investigação da SNCF, um outro inquérito administrativo foi igualmente aberto pelo departamento de investigação de acidentes, responsável pelos desastres aéreos e ferroviários, cujos especialistas são esperados neste dia em Millas.
No local do desastre, o Comboio Regional Expresso e o autocarro esventrado, cuja carcaça ainda está na ferrovia, foram isolados.
A identificação das vítimas e o luto
A identificação das vítimas está completa e as famílias já foram informadas, anunciaram as autoridades francesas, explicando que não foi possível fazer a totalidade das identificações na quinta-feira por causa da violência choque.
Uma investigação por “homicídio e lesões involuntárias” foi aberta pela justiça e diversos magistrados deslocaram-se para o local da tragédia. Na manhã desta quinta-feira, o colégio local reabriu para permitir que os alunos começassem a fazer o luto. Uma unidade médico-psicológica composta por cerca de 60 pessoas foi criada para receber os alunos.
Este trabalho de luto e acompanhamento também é responsabilidade dos professores, tristes com o acidente e que, por vezes, se sentem desamparados na resposta aos alunos. “Eu nem sei como vou falar sobre isso, estou a tentar segurar-me”, diz um dos professores.
“A mobilização do Estado é total”, diz Macron
O primeiro-ministro francês Edouard Philippe já se encontra no local. O presidente francês Emmanuel Macron já reagiu através do Twitter. Numa publicação enviou os seus sentimentos para as “vítimas deste terrível acidente” e para os familiares. “A mobilização do Estado é total para os ajudar”, pode ler-se ainda.
Toutes mes pensées pour les victimes de ce terrible accident d’un bus scolaire et pour leurs familles. La mobilisation de l’État est totale pour leur porter secours.
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) December 14, 2017
A SNCF enviou uma mensagem de apoio às vítimas e familiares através do Twitter. “SNCF envia às vítimas e aos seus familiares uma sincera mensagem de apoio”, pode ler-se na publicação.
Accident routier sur un passage à niveau à #Millas.
SNCF adresse aux victimes et à leurs familles un sincère message de soutien.— Groupe SNCF (@GroupeSNCF) December 14, 2017
O ministro da educação Jean-Michel Blanquer também usou o Twitter para expressar uma “imensa tristeza” e reforçou a ideia apresentada pelo presidente francês: “Mobilização de todos os serviços do Estado”.
C'est avec une immense tristesse que nous apprenons l'accident de bus scolaire de Millas.
Mobilisation de tous les services de l'Etat.— Jean-Michel Blanquer (@jmblanquer) December 14, 2017