Mario Draghi reconheceu nesta quinta-feira que irá, provavelmente, terminar o seu reino sobre o Banco Central Europeu (BCE) sem nunca atingir os 2% de inflação que são a meta definida pelo banco central. Isto apesar de todas as medidas extraordinárias — e, segundo alguns, ilegais, como a compra de dívida dos países da zona euro — que foram aplicadas no seu mandato. Já a economia deixou de estar em “recuperação” e passou a estar em “expansão”.

O mandato do italiano termina em 2019 e será substituído por alguém que, na expectativa dos mercados financeiros, virá da Alemanha. Na conferência de imprensa em Frankfurt, esta quinta-feira, após a reunião habitual de política monetária, Mario Draghi confirmou que a economia na zona euro está com boas perspetivas mas não suficientemente robusta para acelerar a retirada dos estímulos.

Foram revistas em alta as estimativas económicas dos técnicos do BCE, pela primeira vez alargadas até 2020, mas a taxa de inflação oscilará entre 1,5% e 1,4% até 2019, só depois, em 2020, subir ligeiramente para 1,7%. Ficará, ainda assim, abaixo da meta de “perto, mas abaixo de 2%”. Quanto ao crescimento económico, este será de 2,4% em 2017, 2,3% em 2018 e 1,9% em 2019. Em 2020, o crescimento será o mesmo da inflação: 1,7%.

As novas projeções de crescimento foram revistas “substancialmente” em alta, disse Mario Draghi, mas os governos também devem acelerar “substancialmente” os seus esforços no sentido de reformar as suas economias no sentido de maior competitividade e produtividade.

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