China, Rússia e Europa de Leste. E também Estados Unidos e Arábia Saudita. De acordo com a Conflict Armament Research — um grupo de investigadores belgas que estuda o Estado Islâmico — são estes os países que fornecem o armamento do grupo terrorista.

“Uma e outra vez, estados que procuram atingir objetivos políticos de curto prazo fornecem armas a grupos sobre os quais exercem pouco ou nenhum controlo”, disse James Bevan, diretor executivo da Conflict Armament Research. 90% das armas e munições estudadas são originárias da China, Rússia e Europa de Leste. O relatório do grupo de investigadores adianta ainda que há uma possibilidade o restante material ter sido desviado de armamento fornecido originalmente pelos Estados Unidos e a Arábia Saudita durante o conflito sírio.

O fornecimento internacional de armas a fações no conflito sírio aumentou significativamente a quantidade e a qualidade das armas disponíveis para as forças do Estado Islâmico em números muito além dos que estariam disponíveis para o grupo se atuasse sozinho”, pode ler-se no relatório citado pela CNN.

Os investigadores também encontraram casos de armas do Estado Islâmico que foram desviadas de armazenamento noutras regiões de conflito, como a Líbia.

Há ainda outro problema apontado no relatório: o facto de “o Estado Islâmico ter conseguido fabricar as suas próprias armas e engenhos explosivos artesanais a uma escala industrial graças à sua robusta cadeia de abastecimento” iniciada em 2014, explicou Damien Spleers, principal autor do relatório.

Os principais impulsionadores de material de armas ilícitas não são as empresas e os estados que fabricam armas mas os governos e entidades que adquirem armas legalmente e, posteriormente, as desviam para estados não autorizados”, pode também ler-se no relatório.

As conclusões foram tiradas pelo grupo de investigadores belgas que analisaram mais do que 40 mil itens recuperados das forças do Estado Islâmico ou deixados para trás em áreas libertadas do grupo terrorista. Entre os 40 mil itens estão armas, munições e produtos químicos utilizados pelo Estado Islâmico para produzir engenhos explosivos artesanais. Os investigadores recolheram armamento nas zonas fronteiriças, quer no Iraque, quer na Síria, entre julho de 2014 e novembro deste ano.

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