O secretário-geral das Nações Unidas disse esta quinta-feira em Tóquio que a chave para garantir a desnuclearização da Coreia do Norte passa pela união de esforços para impor sanções.

António Guterres, que se encontra no Japão a participar numa conferência internacional sobre saúde, falava aos jornalistas após uma reunião com o primeiro-ministro nipónico, Shinzo Abe, e defendeu que a Coreia do Norte deve ser desnuclearizada para que haja paz e estabilidade na região.

Segundo Guterres, as resoluções do Conselho de Segurança da ONU devem ser “totalmente aplicadas e respeitadas” pelo regime de Pyongyang, mas também por todos os outros países envolvidos na questão, de forma a garantir que as sanções atinjam os objetivos para que foram impostas, ou seja, a desnuclearização da península coreana.

“A unidade do Conselho de Segurança é crucial, mas também é importante permitir que a diplomacia se envolva numa resolução pacífica. É importante que todas as partes percebam a urgência de se encontrar uma solução que evite uma confrontação que trará consequências trágicas para todos”, sublinhou Guterres.

Para o secretário-geral da ONU, não se pode entrar como “sonâmbulos numa guerra” devido à situação desencadeada pela Coreia do Norte, pelo que é necessário dar apoio à diplomacia.

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“A pior opção seria a de entrarmos sonâmbulos numa guerra que poderá trazer consequências dramáticas”, sustentou.

Questionado sobre se planeia deslocar-se à Coreia do Norte para se reunir com o presidente Kim Jong-un, o secretário-geral da ONU manifestou-se “disponível, mas que tal terá de fazer sentido.

“As reuniões só fazem sentido se houver um objetivo. Estou pronto para ir a qualquer lado, desde que isso seja útil”, respondeu.

Por seu lado, Shinzo Abe concordou com a ideia de que o diálogo com a Coreia do Norte deve “fazer sentido”, visando sobretudo o fim do programa nuclear norte-coreano.

Na quarta-feira, o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, disse que Washington está aberto à possibilidade de negociações com Pyongyang, mas a Casa Branca defendeu que, primeiro, a Coreia do Norte deve “terminar com as provocações” e tomar “ações sinceras e significativas em direção à desnuclearização”.